Em defesa de Cuba

Rede em defesa da humanidade.

A propósito da resolução de 11 de março do Parlamento Europeu sobre Cuba, os intelectuais, acadêmicos, lutadores sociais, pensadores críticos e artistas da Rede Em Defesa da Humanidade manifestamos:

1. Que compartilhamos da sensibilidade demonstrada pelos parlamentares europeus acerca dos prisioneiros políticos. Como eles, nos pronunciamos pela imediata e incondicional libertação de todos os presos políticos, em todos os países do mundo, incluindo os da União Europeia.

2. Que lamentamos profundamente, como eles, o falecimento do preso comum Orlando Zapata, mas não admitimos que sua morte, primeira “…em quase quarenta anos” segundo o próprio Parlamento, seja deturpada com finalidades políticas muito distintas e contrárias às da defesa dos direitos humanos.

3. Que pedir “… às instituições europeias para que dêem apoio incondicional e alentem sem restrições o início de um processo pacífico de transição política rumo a uma democracia pluripartidária em Cuba” não é somente um ato de ingerência, que reprovamos em virtude de nosso compromisso com os princípios de não intervenção e de autodeterminação dos povos - defendidos também pela ONU -, contrário ao colonialismo, mas também um ato que supõe um modelo único de democracia que, certamente, cada vez se mostra mais insuficiente e questionável. A busca do aprofundamento da democracia supõe, entre outras coisas, transcender seus níveis formais e inventar novas formas autenticamente representativas que não necessariamente estão definidas pelo pluripartidarismo que, como bem se sabe, encobre frequentemente o fato de que as decisões sobre os grandes problemas mundiais são tomadas unilateralmente por pequenos grupos de interesse com imenso poder, muito acima dos partidos.

4. Que pretender justificar uma intromissão nos assuntos políticos internos do povo cubano, manipulando midiaticamente o caso de Orlando Zapata - delinquente comum e de nenhuma maneira preso político -, coincide com as políticas contrainsurgentes que estão sendo aplicadas na América Latina para deter ou distorcer os processos de transformação emancipadora em curso, e soma-se ao criminoso bloqueio ao qual o povo cubano tem sido submetido, pelo simples fato de não aceitar imposições e defender seu direito de decidir seu destino com dignidade e independência.

5. Que compartilhamos da preocupação demonstrada pelos parlamentares sobre o respeito aos direitos humanos em Cuba, mas a estendemos ao mundo em sua totalidade. Assim como lhes preocupa o caso do delinquente falecido (que em 40 anos não tem nenhum antecedente similar), os convidamos a exigir: o fim da ocupação israelense de Gaza e do fustigamento ao povo Palestino, que tem provocado não uma mas sim milhares de mortes; da intervenção no Iraque e no Afeganistão que tem semeado morte e terror em populações e cidades; dos bombardeios nesses lugares com o argumento de defender a democracia; o fim da dupla ocupação do Haiti; o fechamento da prisão de Guantanamo e a entrega desse território a Cuba, a quem pertence; a devolução das ilhas Malvinas à Argentina; e, é claro, o fim de um bloqueio que viola os direitos humanos do povo cubano e que pode pôr em dúvida a qualidade moral de quem exige trato humano para um delinquente quando o nega a um povo inteiro.

O assédio econômico e midiático ao qual Cuba está sendo submetida, ainda antes do óbito do preso comum Orlando Zapata, constitui um atentado contra os direitos humanos e políticos de um povo que decidiu fazer um caminho diferente. Exigimos respeito aos processos internos do povo cubano para definir e exercer sua democracia, e que haja consequência com os princípios universais de não intervenção acordados pelas Nações Unidas.

Por favor, difundir. Pedimos que enviem seus nomes para aderirem a convocatória na página: edhcuba@cubarte.cult.cu

(Traduzido por Roberta Moratori)

PCB na TV

Dia 25 de Março (quinta-feira)
- cadeia nacional de TV aberta: de 20:30 às 20:35;
- cadeia nacional de rádio: de 20:00 às 20:05.

Celebração dos 88 anos de vida do PCB, fundado em 25 de março de 1922!
Pronunciamentos de Ivan Pinheiro e Mauro Iasi (membros do Comitê Central do PCB)

Pronunciamento do membros da União de Escritores e Artistas de Cuba e da Associação “Hermanos Saíz”

Enquanto a Feira do Livro percorria nosso país e centenas de médicos cubanos salvavam vidas no Haiti, vinha se gestando uma nova campanha contra Cuba. Um delinqüente comum, com um histórico provado de violência, tornou-se "prisioneiro político", declarou-se em greve de fome para que lhe fossem instalados telefone, cozinha e televisão na cela. Alentado por pessoas sem escrúpulos e apesar de tudo quanto se fez para prolongar-lhe a vida, Orlando Zapata Tamayo morreu e converteu-se num lamentável ícone da maquinaria anticubana. Em 11 de março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que "condena energicamente a morte evitável e cruel do dissidente e preso político Orlando Zapata Tamayo" e numa intromissão ofensiva em nossos assuntos internos "insta as instituições europeias a darem apoio incondicional e alentarem, sem reservas, o início dum processo pacífico de transição política, rumo a uma democracia pluripartidarista em Cuba".

Com o título "Orlando Zapata Tamayo: Eu acuso o governo cubano", está circulando um chamamento para recolher assinaturas contra Cuba. A declaração assegura que este recluso foi "injustamente preso e brutalmente torturado" e que morreu "denunciando estes crimes e a falta de direitos e de democracia em seu país". Ao mesmo tempo, mente sem pudor algum quanto a uma suposta prática de nosso governo de "eliminar fisicamente seus críticos e opositores pacíficos". Em 15 de março, um jornal espanhol mostrava na primeira página o rosto de Zapata Tamayo, já defunto, no caixão, ao tempo que anunciava a adesão ao chamamento de alguns intelectuais que ligavam suas assinaturas às de velhos e novos profissionais da contrarrevolução interna e externa.

Nós, escritores e artistas cubanos, estamos cientes da maneira em que se articulam, sob qualquer pretexto, as corporações midiáticas e os interesses hegemônicos e da reação internacional para prejudicar nossa imagem.

Sabemos com quanta sanha e morbo se deturpa nossa realidade e a forma em que se mente diariamente sobre Cuba. Sabemos também o preço que pagam os que tentaram se expressar, a partir da cultura, com matizes próprios.

Na história da Revolução jamais foi torturado um prisioneiro. Não houve um único desaparecido. Não houve uma só execução extrajudiciária. Fundamos uma democracia própria, imperfeita, é sim, mas muito mais participativa e legítima que aquela que nos pretendem impor. Não têm moral os que orquestraram esta campanha para dar-nos lições de direitos humanos.

É imprescindível parar esta nova agressão contra um país bloqueado e acossado sem piedade. Portanto, apelamos à consciência de todos os intelectuais e artistas que não escondam interesses espúrios em torno ao futuro duma Revolução que foi, é e será um modelo de humanismo e solidariedade.


Secretariado da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac)
Direção Nacional da Associação Hermanos Saíz
16-03-2010

A história de um valente (1900-1948) - 1ª Parte

Luciano Morais e Roberto Numeriano*


No dia 13 de março de 2010 serão comemorados os 110 de Gregório Lourenço Bezerra. O lendário militante comunista, líder camponês e ex-Sargento do Exercito, será homenageado pela Fundação Dinarco Reis (FDR), onde entregará a medalha que lembra os heróis do povo brasileiro na luta pelo socialismo. A FDR será representada por Ivan Pinheiro e Dinarco Reis, ambos do Comitê Central do PCB, neste Evento que será realizado na Câmara de Vereadores do Recife às 9 horas. A homenagem contará também com a presença do músico paraibano e militante do PCB Vital Farias

Quem foi Gregório Bezerra?

O homem de ferro e flor, expressão criada poeta Ferreira Gullar, em cordel que é hoje um clássico da poesia brasileira, temos a ideia exata do caráter de homem público e de ser humano que era Gregório Bezerra. Gregório começa a autobiografia narrando a seca e a escassez de alimentos que maltratava constantemente os nordestinos, e que o atingiu duramente em sua infância no município de Panelas, “Fui, assim, uma criança gerada com fome no ventre materno. Sim, porque minha mãe passava fome, e eu só podia nutrir-me de suas entranhas enfraquecidas pela fome”.

Quando aos sete anos ficou órfão de pai e mãe, transformou-se em trabalhador rural assalariado. Condição que só foi interrompida quando, aos dez anos, foi trazido por uma família latifundiária para o Recife com a promessa de criá-lo e alfabetizá-lo, promessa que não foi cumprida. Ao invés da escola prometida, o pequeno “Grilo”, como era chamado na infância, tornou-se um escravo mirim: acordava às 4h da manhã, varria, lavava banheiros, encerava pisos e cuidava de animais. Não aceitou este estado de coisas e fugiu. Morou nas ruas do Recife pegando fretes na Estação Central, vendendo jornais e dormindo embaixo da ponte Buarque de Macedo. Trabalhou na construção civil e aos dezessete anos foi preso e condenado a quatro anos por agitação grevista, já influenciado pelos recentes acontecimentos protagonizados pelo proletariado russo.

Os trabalhos no porto do Recife foi sua atividade após a liberdade. E neste período resolveu dedicar-se à carreira militar, entrando no Exercito Brasileiro, onde se destacou nas atividades físicas e na prática de esportes individuais e coletivos. Ao ser humilhado por um colega de farda, ele decide alfabetizar-se. Isso, aos 27 anos. Alfabetizou-se por conta própria, dedicou-se e foi aprovado para Sargento, consagrando-se Sargento-Instrutor em Educação Física.

Sua ascensão militar coincide com a aproximação com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, ainda em 1929. Mas foi por causa da organização da Aliança Nacional Libertadora – ANL, onde foi o principal nome do levante de 1935, liderado pelo Partido Comunista, que Gregório Bezerra foi declarado inimigo nº 1 das oligarquias pernambucanas e das forças armadas. Foi preso e ficou dois anos incomunicável, integrando-se depois aos demais presos políticos da Casa de Detenção do Recife (atual Casa da Cultura). Ali, criou uma sólida e influente base do Partido até sua transferência para o Presídio na ilha de Fernando de Noronha, onde encontrou com vários camaradas insurretos, oriundos do Rio de Janeiro e de outros estados.

Com o final da Segunda Guerra Mundial e o início do movimento pela democratização do país, são postos em liberdade todos os presos políticos e concedida a legalidade ao PCB. Neste período de reformas políticas, o Partido Comunista surge no cenário nacional como uma força significativa, pelo prestígio da URSS ao fim da guerra, pela adesão de vários intelectuais e artistas ao Partido, pelo reconhecimento da classe operária e pelo carisma e admiração em torno de Luiz Carlos Prestes e Gregório Bezerra. Em seguida, a participação nas eleições à Constituinte de 1946 garante ao PCB uma grande representação parlamentar em nível federal, elegendo 15 deputados. Gregório é eleito Deputado Federal com a maior votação em Pernambuco.

A participação de Gregório Bezerra e dos comunistas na Assembléia Nacional Constituinte e no Congresso Nacional durou pouco. Apenas o suficiente para aprovar uma avançada Constituição para época e o suficiente para mostrar o quão frágeis eram e são os conceitos de liberdade e democracia para as oligarquias nacionais, quando os trabalhadores reivindicam seus direitos e questionam a exploração do homem pelo próprio homem...

* Luciano Morais e Roberto Numeriano são membros da Direção Estadual do PCB - Pernambuco.

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Os 110 Anos de Gregório Bezerra serão lembrados em Ato Solene de entrega da medalha Dinarco Reis “In Memorian”. A solenidade político cultural acontecerá no Plenário da Câmara Municipal do Recife, no dia 13 de março de 2010 às 09h.

Na ocasião, uma delegação do Comitê Central do PCB fará a entrega da Medalha aos familiares do grande Líder Comunista. Homenagem ao "homem feito de ferro e flor!"

Camarada Aristélio: PRESENTE!



Faleceu o camarada Aristélio



Depois de uma longa batalha contra o câncer e os efeitos do tratamento da doença, que o deixaram bastante debilitado, descansou nosso querido camarada Aristélio Travassos de Andrade.

Nasceu em 18 de março de 1934, na cidade de Timbaúba, Estado de Pernambuco, na chamada ex-Zona da Mata, de onde seus pais saíram, para morar no Rio de Janeiro, quando então tinha 3 anos de idade. Estudou no Instituto Teológico Adventista, onde hoje funciona o Colégio Petropolitano de Ensino. Fez contabilidade trabalhando de dia na Casa Turuna, na Avenida Passos. Quando se formou, ficou doente dos pulmões e foi morar em São José dos Campos. Um ano depois, com a doença controlada, fez concurso para o Centro Técnico de Aeronáutica. Em 1952, trabalhando no meio da nata dos golpistas da Aeronáutica, entre ele o major Burnier, famoso depois de 1964, ingressou no Partido Comunista Brasileiro, do qual nunca se afastou.

Trabalhou no CTA até final de 1956, quando voltou ao Rio para trabalhar no Tribunal de Contas da União. Nesta altura da vida, já estava namorando Marly, companheira admirável que lhe acompanhou até o fim da vida. Foi quando se iniciou a construção da refinaria Duque de Caxias, e o Partido lhe deu como tarefa fazer o concurso para a Petrobras. Ingressou na empresa em 1958. Na Reduc, foi fundador de um amplo movimento político, em defesa dos princípios que nortearam a fundação da Petrobras, com destaque para a luta em prol do monópolio estatal do Petróleo, o Movimento 2004 (número da lei que criou a Petrobras).

Na batalha pela fundação do Sindicato da Reduc, o Movimento 2004 ganhou notoriedade. Foi eleito Secretário do Sindicato e atuava como elemento político da organização interna, conseguindo, dentre outras conquistas, fazer com que os engenheiros ingressassem no Sindicato e participassem das assembleias junto com os operários. O Sindicato da Reduc esteve presente em todos os grandes momentos da vida nacional. Desde a greve dos marinheiros, a assembleia dos sargentos e o comício na Central do Brasil. Por isso mesmo foram violentamente perseguidos em 1964. Nenhuma unidade da Petrobras teve o número de cassados que teve a refinaria, e o número de demitidos passou de 300. Tal era a fama do Sindicato e dos comunistas da refinaria, que, nas palavras de Aristélio, “foi criado um campo de concentração para nós”. Muitos foram torturados. Todos perderam seus empregos. Mesmo cassados, refundaram o Movimento 2004, que deu origem à Comissão de Anistiados da Petrobras, que até hoje luta pelos direitos destes trabalhadores.

Em 1964, Aristélio ficou preso no DOPS e, depois, no Presídio Ferreira Viana, na famosa Rua Frei Caneca. Não conseguia mais emprego e acabou virando jornalista, transformando-se num dos mais competentes e respeitados profissionais da área, sempre lembrado e admirado por antigos colegas e pelos leitores, quando se tornou colunista. Trabalhou no Jornal dos Sports, no Correio da Manhã, na sucursal do Estadão, da Folha de São Paulo e em O Globo. Após várias batidas policiais, resolveu ir para São Paulo trabalhar na Editora Abril. Trabalhou na enciclopédia Conhecer, na revista Realidade e fundou a revista Placar com Maurício Azêdo. Voltou ao Rio como chefe da redação do Placar e, quando foi demitido, com o dinheiro da indenização, comprou um chalé em Mury, bucólico distrito de Nova Friburgo.

Foi trabalhar na TV Manchete e, dois anos depois, regressava à Petrobras, dessa vez trabalhando não mais como técnico de contabilidade e sim como jornalista, assumindo a função de chefe de setor de divisão e, depois, superintendente adjunto do Serviço de Comunicação da Petrobras. Quando Collor foi eleito, pediu demissão e veio para Friburgo ser diretor de jornalismo da TV Serra Mar, na época de propriedade de Cláudio Chagas Freitas, onde trabalhou por um ano. Bateu de frente com os maus prefeitos da região, chegando a ser ameaçado, tendo sido obrigado a se afastar.

Para sobreviver, abriu o restaurante japonês Kyori (que funcionava em uma das lojas embaixo do estádio do Friburguense), com o sócio Yoshiuke Ban. Como ele mesmo dizia: “Ensinamos o friburguense a comer de pauzinho”.

Dez anos depois, voltou ao Rio para trabalhar no Tribunal de Contas do Município, como assessor do Maurício Azêdo, então Conselheiro do TCMRJ, que desejava gente de confiança e honesta ao seu lado. Tornou-se colunista do jornal friburguense A Voz da Serra, onde, durante vários anos, produziu deliciosas crônicas sobre a cidade, o estado e o país, falando de tudo: política, futebol, samba e jazz, de que era grande entendedor, por isso mesmo integrante do Clube de Jazz.

Passou a lutar para dar um melhor destino à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), tendo sido eleito, em maio de 2004, diretor tesoureiro da entidade. Neste mesmo ano, aceitou o desafio lançado pelos camaradas do PCB de Nova Friburgo e foi candidato à prefeitura, arrebanhando quase 8.000 votos (cerca de 7% da votação), numa das mais significativas performances obtidas por um candidato de esquerda no município, talvez a maior da história da cidade, levando-se em consideração ter sido candidatura própria, sem coligações. Dois anos depois, cumpriu de novo a tarefa de ser candidato pelo PCB, desta vez a deputado estadual, mas a saúde já debilitada não permitia mais muitas andanças.

Hoje, 05 de março de 2010, descansou o bravo camarada Aristélio, de tantas batalhas contra a ditadura, as desigualdades e injustiças promovidas pelo capitalismo, de tantos belos textos em defesa da nossa cultura, da democracia e do socialismo, de 58 anos ininterruptos de militância no PCB. Deixa saudades profundas na família (salve, guerreira Marly!), nos inúmeros amigos feitos ao longo da vida, nos militantes do PCB e da esquerda brasileira e em grande parte dos eleitores friburguenses, que ainda sonhavam na oportunidade de votar de novo em Aristélio para Prefeito.

CAMARADA ARISTÉLIO, PRESENTE!

Base Francisco de Assis Bravo – PCB de Nova Friburgo.

Paralisação da Rede Municipal

8 DE MARÇO DIA DA MULHER DIA DE LUTA AS MULHERES DE FRIBURGO NÃO TÊM NADA PARA COMEMORAR

ATO PÚBLICO
NAS ESCADARIAS DA ANTIGA TELERJ (OI) EM FRENTE À PREFEITURA DE Concentração às 12h.


Mesmo com muita chuva, a assembleia da Rede Municipal, no dia 03/03, no CEJE, decide por paralisação no dia 8 de março com ato público em frete à Prefeitura Municipal de Nova Friburgo. As mulheres do nosso município não têm o que comemorar

Auxiliares de creche denunciam a falta de funcionários colocando crianças em risco. A carga horária excessiva e desnecessária impõe aos funcionários de apoio e auxiliares um jornada desumana em troca de um salário mínimo com descontos.

Os professores estatutários foram penalizados ilegalmente pela Prefeitura com uma redução salarial. O governo mentiu dizendo que corrigiria a situação ao final de fevereiro, e não paga em folha suplementar o que deve aos profissionais.

Já existe um projeto na Câmara para que os Diretores sejam escolhidos pela comunidade, diminuindo o autoritarismos e as ameaças que sofrem todos os dias os profissionais de educação. Exigimos dos Vereadores a aprovação deste projeto para que se cumpra a Lei.

É HORA DE DAR O TROCO
SEJA FORTE!
FILIE-SE AO SEPE

Zapata: um morto útil?

O blog La Isla Desconocida analisa a morte de Orlando Zapata Tamayo que morreu em Cuba no dia 23 de fevereiro. A notícia foi machete dos principais jornais mundiais e motivou várias falas sobre o suposto tratamento de presos políticos contrários ao regime implantado na ilha.

O texto abaixo esclarece um pouco do que é frequentemente excluído das páginas dos jornais mundiais pouco comprometidos com verdades. É obra de Enrique Ubieta, com tradução de Maria Fernanda Magalhães Scel para o português. Foi originalmente publicado em 24 de Fevereiro de 2010, em Moncada.


ZAPATA: UM MORTO ÙTIL?

A absoluta carência de mártires de que padece a contra-revolução cubana é proporcional a sua falta de escrúpulos. É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as de Primeiro Mundo – ninguém morre de fome, ainda que pese a carência de recursos, nem de enfermidades curáveis –, porque impera a lei e a honestidade.

As Damas de Branco e Yoani podem ser detidas e julgadas segundo as leis vigentes – em nenhum país pode violarem-se as leis: receber dinheiro e colaborar com a embaixada do Irã (um país considerado como inimigo) nos Estados Unidos, por exemplo, pode acarretar a perda de todos os direitos cidadãos naquela nação –, porém elas sabem que em Cuba ninguém desaparece, ninguém é assassinado.

Além do mais, um Zapata entregou sua vida por um ideal que prioriza a felicidade dos demais, não por um que prioriza a própria. Assim foi a lamentável morte de Orlando Zapata, um preso comum – de extenso histórico de delitos, em nada vinculado à política –, exultada intimamente por seus “parentes”. Transformado, depois de muitas e vindas à prisão, em “ativista político”, Zapata foi o candidato perfeito para a auto-execução.

Era um homem “dispensável” para os “grupelhos” e fácil de convencer para que persistisse em uma greve de fome absurda, com pedidos impossíveis (cozinha e telefone pessoal na cela) que nenhum dos reais cabeças teve coragem de sustentar.

Cada uma das greves anteriores havia sido anunciada pelos instigadores como uma provável morte, porém os grevistas sempre desistiam em bom estado de saúde. Instigado e alentado a prosseguir até a morte – esses mercenários lavam sua mãos diante da possibilidade de que se morressem, apesar do esforço incansável dos médicos –, o cadáver de Zapata é agora exibido com cinismo como troféu coletivo.

Como abutres estavam os meios de comunicações – os mercenários e a direita internacional –, rondavam em torno do moribundo. Seu falecimento é um banquete. Um asco de espetáculo. Porque aqueles que escrevem sobre ele não lastimam a morte de um ser humano – em um país sem mortes extra-judiciais –, mas a comemoram quase com alegria e a utilizam com premeditados fins políticos. O caso de Zapata me lembra o de Pánfilo: os dois foram manipulados e, de certa forma, conduzidos à auto-destruição de forma premeditada, para satisfazer necessidades políticas alheias: um, levado a uma persistente greve de fome de 85 dias (já havia realizado outras anteriormente que afetaram a sua saúde); o outro, em pleno processo de desintoxicação alcoólica, foi convidado a beber para que dissesse na frente do magistrado o que queriam ouvir.

Pergunto-me se isso não é uma acusação contra quem agora se apropria de sua “causa”. Têm razão ao dizer que foi um assassinato, porém os meios de comunicação escondem o verdadeiro assassino: os grupelhos cubanos e seus mentores transnacionais. Zapata foi assassinado pela contra-revolução.