Atentado contra Secretário Geral da JCE

BOLETIM DE IMPRENSA

Na segunda-feira, 25 de outubro de 2010, aproximadamente às 13:30 da tarde, o diplomado da Faculdade de Direito e Secretário Geral da Juventude Comunista do Equador, Edwing Pérez, sofreu um atentado. Tal ação gerou sua imediata internação ma clínica Kennedy, onde foi submetido a uma cirurgia de alto risco.

O suposto autor é um estudante de Direito, chamado Neptalí Ramírez, conhecido como “o escorpião”. Trata-se de um elemento mercenário da política, vinculado aos movimentos Sociedade Patriótica e Polícia do Guerreiro.

O motivo desta brutal agressão é o desespero em que se encontram estes setores, juntamente a outros, unidos em torno das Forças Democráticas Autênticas da Universidade. O desespero se instalou quando conseguimos uma resolução judicial que anula as fraudulentes eleições da FEUE, nas quais o agressor figurava como “vicê-presidente da LDU”, apoiadas pela maioria do Conselho Universitário, o que resulta em novas eleições. A isto, se soma o fato de que estes mesmos setores, com o aporte adicional do MPD, tentaram, sem conseguir, respaldo da Universidade para a intentona golpista de 30 de setembro passado.

Este atentado criminoso contra Edwing Pérez despertou enorme indignação nos setores Estudantis Democráticos e em diversas Organizações Juvenis de Trabalhadores e populares, que fazem chegar sua solidariedade frente este o ocorrido.


COMITÊ CENTRA DA JCE
SAUDAÇÕES AO CAMARADA EDWING
FAVOR DIFUNDIR POR TODOS OS MEIOS
TEMOS QUE DENUNCIAR OS GRUPOS FASCISTAS E GOLPISTAS


Tradução: Maria Fernanda M. Scelza

O militante 17



DERROTAR SERRA NO 2º TURNO

Com o fim do primeiro turno das eleições, o cenário político não apresenta perspectivas de melhora para a classe trabalhadora. O dois candidatos levados ao segundo turno foram escolhidos há bastante tempo por setores dominantes da sociedade brasileira. Somente com a organização de uma Frente Anticapitalista e Anti-imperialista permanente, que se estruture para além dos períodos eleitorais, será possível fazer o enfrentamento radical ao sistema capitalista no Brasil.

Em Nova Friburgo e em quase todas as cidades vizinhas, a ordem dos primeiros colocados na votação demonstrou o grau de maior conservadorismo do nosso eleitorado, profundamente influenciado pela mídia burguesa e pelos políticos de direita, que são maioria na região: o candidato Serra foi primeiro colocado na grande maioria dos municípios. Uma das questões que podem explicar tal resultado foi a despolitização extrema deste processo eleitoral, de que o PT e seu governo são também responsáveis, ao terem abandonado bandeiras históricas da esquerda e dos movimentos populares para disputarem com o PSDB e o governo FHC qual dos dois gerentes do capitalismo brasileiro conquistaram melhores índices de crescimento econômico e de distribuição de migalhas aos pobres.

Desta forma, acabou ganhando vulto o discurso dos moralistas e hipócritas de plantão, que descarregaram seu ódio contra o aborto e o casamento homossexual. Bispos, padres, pastores e mais algumas lideranças religiosas fazem o desserviço de guiar milhares de fiéis pelo caminho do obscurantismo medieval. Uma política pública de saúde digna num Estado laico exige a descriminalização do aborto, bandeira histórica do movimento das mulheres, em defesa do direito pleno aos cuidados com seu corpo. A união civil dos homossexuais já é uma conquista do movimento LGBTT. Retroceder em temas como estes é dar vazão a uma histeria fascistizante e impedir o aprofundamento das discussões sobre as questões sociais. E mais: é permitir que as próximas campanhas “moralizadoras” dirijam-se de forma ainda mais violenta contra os movimentos populares, as lutas dos sem-terra, sem-teto, operários e professores, já bastante criminalizados e perseguidos em vários Estados do Brasil.

O PCB não fará campanha para quaisquer dos candidatos em disputa no segundo turno e anuncia que estará na oposição contra qualquer um dos governos que sair vencedor no pleito. Mas, através da nota “Derrotar Serra nas urnas e depois Dilma nas ruas”, orienta os militantes e amigos do Partido a exercer o voto crítico no PT, considerando que um governo demotucano representaria a retomada do poder nas mãos da direita tradicional. Esta opção significa uma ameaça maior à organização e mobilização da classe trabalhadora, a criminalização aberta dos movimentos populares e, principalmente, a ação desestabilizadora dos governos progressistas da América Latina, em comum acordo com o imperialismo estadunidense.



UM ARRASTÃO DA BURGUESIA VARREU A CIDADE

Nossa cidade foi invadida por cerca de sete mil jovens estudantes de Medicina, reunidos no OREM (Olimpíadas Regionais de Estudantes de Medicina). A Prefeitura já havia sido avisada de que era um risco: toda cidade que já acolheu o evento reclama do saldo extremamente negativo deixado por ele. Não foi diferente em Friburgo: destruíram as escolas que lhes serviram de abrigo, deram prejuízo a comerciantes, não deixaram a vizinhança dormir, numa demonstração de total desrespeito à população friburguense, que, em diversos momentos, foi achincalhada por playboys e patricinhas! Como bem disse o Vereador Professor Pierre, da Tribuna da Câmara, se fossem pobres e trabalhadores, teriam sido presos e autuados por promoverem um ARRASTÃO! Mas, como eram filhinhos da burguesia, “exageraram” um pouco. Que ganhos o evento trouxe para a cidade? Aliás, houve mesmo jogos olímpicos? Não se trata aqui de externar nenhuma postura moralista contra os naturais excessos da juventude, mas de questionar como o desgoverno municipal que aí está permitiu a baderna da elite. Só pra provar que o tal do “choque de ordem” (que foi peça de propaganda do prefeito eleito) só é aplicado contra pobres e trabalhadores.



BRIGA DE CACHORRO GRANDE

Depois do arrastão burguês, a crise tomou conta do governo municipal. Nosso alcaide Heródoto continua afastado por licença médica, por ter sofrido um acidente em uma estação de trem na Suíça (quanta ironia do destino junta!). No seu lugar assumiu o vice, que resolveu governar a seu jeito, fechando a Secretaria de Leitura e demitindo vários secretários, inclusive o antes todo-poderoso “primeiro-ministro” Bráulio Rezende! Dizem que o “premier” de Dermeval Neto será Paulo Azevedo, que pensávamos ter sido definitivamente defenestrado da vida política. Mas, tal qual fênix, eis que ressurge das cinzas, mesmo tendo recebido míseros 6.722 votos na eleição para deputado estadual. O que ninguém podia mesmo imaginar é que a ancestral disputa entre as velhas oligarquias políticas friburguenses (que se reproduz através dos tempos nas lutas entre UDN e PSD, ARENA e PMDB e hoje entre inexpressivas legendas de aluguel) iria se manifestar dentro do mesmo governo!!! Enquanto isso, nosso povo continua sofrendo com os ônibus lotados, passagens caras, aumento da tarifa de água para inclusão do serviço de esgoto (que devia ser obrigatório), saúde, educação e serviços públicos sucateados. É o desgoverno municipal em ação. Olha o voto cebola aí, gente!

Derrotar Serra no 2º turno

Com o fim do primeiro turno das eleições, o cenário político não apresenta perspectivas de melhora para a classe trabalhadora. Os dois candidatos levados ao segundo turno foram escolhidos há bastante tempo por setores dominantes da sociedade brasileira. Somente com a organização de uma Frente Anticapitalista e Anti-imperialista permanente, que se estruture para além dos períodos eleitorais, será possível fazer o enfrentamento radical ao sistema capitalista no Brasil.

Em Nova Friburgo e em quase todas as cidades vizinhas, a ordem dos primeiros colocados na votação demonstrou o grau de maior conservadorismo do nosso eleitorado, profundamente influenciado pela mídia burguesa e pelos políticos de direita, que são maioria na região: o candidato demotucano José Serra foi primeiro colocado na grande maioria dos municípios. Uma das questões que podem explicar este resultado foi a despolitização extrema deste processo eleitoral, de que o PT e seu governo são também responsáveis, ao terem abandonado bandeiras históricas da esquerda e dos movimentos populares para disputarem com o PSDB e o governo FHC qual dos dois gerentes do capitalismo brasileiro conquistaram melhores índices de crescimento econômico e de distribuição de migalhas aos pobres.

Desta forma, acabou ganhando vulto o discurso dos moralistas e hipócritas de plantão, que descarregaram seu ódio contra o aborto e o casamento homossexual. Bispos, padres, pastores e mais algumas lideranças religiosas fazem o desserviço de guiar milhares de fiéis pelo caminho do obscurantismo medieval. Uma política pública de saúde digna num Estado laico exige a descriminalização do aborto, bandeira histórica do movimento das mulheres, em defesa do direito pleno aos cuidados com seu corpo. A união civil dos homossexuais já é uma conquista do movimento LGBTT. Retroceder em temas como estes é dar vazão a uma histeria fascistizante e impedir o aprofundamento das discussões sobre as questões sociais. E mais: é permitir que as próximas campanhas “moralizadoras” dirijam-se de forma ainda mais violenta contra os movimentos populares, as lutas dos sem-terra, sem-teto, operários e professores, já bastante criminalizados e perseguidos em vários Estados do Brasil.

O PCB não fará campanha para quaisquer dos candidatos em disputa no segundo turno e anuncia que estará na oposição contra qualquer um dos governos que sair vencedor no pleito. Mas, através da nota “Derrotar Serra nas urnas e depois Dilma nas ruas”, orienta os militantes e amigos do Partido a exercer o voto crítico no PT, considerando que um governo demotucano representaria a retomada do poder nas mãos da direita tradicional. Esta opção significa uma ameaça maior à organização e mobilização da classe trabalhadora, uma política de aprofundamento das privatizações e de precarização dos direitos sociais, a criminalização aberta dos movimentos populares e, principalmente, a ação desestabilizadora dos governos progressistas da América Latina, em comum acordo com o imperialismo estadunidense.

Comissão Política da Base Francisco Bravo
PCB de Nova Friburgo

Derrotar Serra nas urnas e depois Dilma nas ruas

(Nota Política do PCB)

O PCB apresentou, nas eleições de 2010, através da candidatura de Ivan Pinheiro, uma alternativa socialista para o Brasil que rompesse com o consenso burguês, que determina os limites da sociedade capitalista como intransponíveis. As candidaturas do PCO, do PSOL e do PSTU também cumpriram importante papel neste contraponto.

Hoje, mais do que nunca, torna-se necessário que as forças socialistas busquem constituir uma alternativa real de poder para os trabalhadores, capaz de enfrentar os grandes problemas causados pelo capitalismo e responder às reais necessidades e interesses da maioria da população brasileira.

Estamos convencidos de que não serão resolvidos com mais capitalismo os problemas e as carências que os trabalhadores enfrentam, no acesso à terra e a outros direitos essenciais à vida como emprego, educação, saúde, alimentação, moradia, transporte, segurança, cultura e lazer. Pelo contrário, estes problemas se agravam pelo próprio desenvolvimento capitalista, que mercantiliza a vida e se funda na exploração do trabalho. Por isso, nossa clara defesa em prol de uma alternativa socialista.

Mais uma vez, a burguesia conseguiu transformar o segundo turno numa disputa no campo da ordem, através do poder econômico e da exclusão política e midiática das candidaturas socialistas, reduzindo as alternativas a dois estilos de conduzir a gestão do capitalismo no Brasil, um atrelando as demandas populares ao crescimento da economia privada com mais ênfase no mercado; outro, nos mecanismos de regulação estatal a serviço deste mesmo mercado.

Neste sentido, o PCB não participará da campanha de nenhum dos candidatos neste segundo turno e se manterá na oposição, qualquer que seja o resultado do pleito. Continuaremos defendendo a necessidade de construirmos uma Frente Anticapitalista e Anti-imperialista, permanente, para além das eleições, que conquiste a necessária autonomia e independência de classe dos trabalhadores para intervirem com voz própria na conjuntura política e não dublados por supostos representantes que lhes impõem um projeto político que não é seu.

O grande capital monopolista, em todos os seus setores - industrial, comercial, bancário, serviços, agronegócio e outros - dividiu seu apoio entre estas duas candidaturas. Entretanto, a direita política, fortalecida e confiante, até pela opção do atual governo em não combatê-la e com ela conciliar durante todo o mandato, se sente forte o suficiente para buscar uma alternativa de governo diretamente ligado às fileiras de seus fiéis e tradicionais vassalos. Estrategicamente, a direita raciocina também do ponto de vista da América Latina, esperando ter papel decisivo na tentativa de neutralizar o crescimento das experiências populares e anti-imperialistas, materializadas especialmente nos governos da Venezuela, da Bolívia e, principalmente, de Cuba socialista.

As candidaturas de Serra e de Dilma, embora restritas ao campo da ordem burguesa, diferem quanto aos meios e formas de implantação de seus projetos, assim como se inserem de maneira diferente no sistema de dominação imperialista. Isto leva a um maior ou menor espaço de autonomia e um maior ou menor campo de ação e manobra para lidar com experiências de mudanças em curso na América Latina e outros temas mundiais. Ou seja, os dois projetos divergem na forma de inserir o capitalismo brasileiro no cenário mundial.

Da mesma forma, as estratégias de neutralização dos movimentos populares e sindicais, que interessa aos dois projetos em disputa, diferem quanto à ênfase na cooptação política e financeira ou na repressão e criminalização.

Outra diferença é a questão da privatização. Embora o governo Lula não tenha adotado qualquer medida para reestatizar as empresas privatizadas no governo FHC, tenha implantado as parcerias público-privadas e mantido os leilões do nosso petróleo, um governo demotucano fará de tudo para privatizar a Petrobrás e entregar o pré-sal para as multinacionais.

Para o PCB, estas diferenças não são suficientes qualitativamente para que possamos empenhar nosso apoio ao governo que se seguirá, da mesma forma que não apoiamos o governo atual e o governo anterior. A candidatura Dilma move-se numa trajetória conservadora, muito mais preocupada em conciliar com o atraso e consolidar seus apoios no campo burguês do que em promover qualquer alteração de rumo favorável às demandas dos trabalhadores e dos movimentos populares. Contra ela, apesar disso, a direita se move animada pela possibilidade de vitória no segundo turno, agitando bandeiras retrógradas, acenando para uma maior submissão aos interesses dos EUA e ameaçando criminalizar ainda mais as lutas sociais.

O principal responsável por este quadro é o próprio governo petista que, por oito anos, não tomou medida alguma para diminuir o poderio da direita na acumulação de capital e não deu qualquer passo no sentido da democratização dos meios de comunicação, nem de uma reforma política que permitisse uma alteração qualitativa da democracia brasileira em favor do poder de pressão da população e da classe trabalhadora organizada, optando pelas benesses das regras do viciado jogo político eleitoral e o peso das máquinas institucionais que dele derivam.

Considerando essas diferenças no campo do capital e os cenários possíveis de desenvolvimento da luta de classes - mas com a firme decisão de nos mantermos na oposição a qualquer governo que saia deste segundo turno - o PCB orienta seus militantes e amigos ao voto contra Serra.

Com o possível agravamento da crise do capitalismo, podem aumentar os ataques aos direitos sociais e trabalhistas e a repressão aos movimentos populares. A resistência dos trabalhadores e o seu avanço em novas conquistas dependerão muito mais de sua disposição de luta e de sua organização e não de quem estiver exercendo a Presidência da República.

Chega de ilusão: o Brasil só muda com revolução!

PCB – PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO

COMITÊ CENTRAL

Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2010