Entrevista de Ivan Pinheiro

Entrevista com Ivan Pinheiro, Secretário Geral do PCB - Partido Comunista Brasileiro - divulgada na Palestina e em alguns sítios do Oriente Médio em árabe (clique no link) e em português (abaixo), numa iniciativa da FPLP (Frente Popular pela Libertação da Palestina).
http://www.alfajrnews.net/News-sid-a-a-a-a-aiae-a-a-aa--a-i-i-a-iai-i-ae-iaei--24233.html

1 - O que aconteceu com o Partido Comunista Brasileiro, em 1992?

Em 1992, a maioria do Comitê Central do PCB tentou liquidar o Partido. Eles se aproveitaram dos problemas da construção do socialismo, dos erros que foram cometidos naquela experiência, cujo saldo é positivo, para tentar acabar com o nosso partido. Mas um terço do Comitê Central e grande parte da militância resolveram manter o PCB. Passamos tempos difíceis, na reconstrução revolucionaria do Partido. Tivemos que recuperar nosso registro e nossa legenda juridicamente, refazer toda a estrutura material do partido. Hoje estamos fazendo 18 anos dessa reconstrução.

2 - Desde 1992 até o XIV Congresso, como o companheiro relata a reconstrução do Partido Comunista Brasileiro? O camarada acha que o Congresso atingiu seus objetivos principais?

O XIV Congresso Nacional do PCB (que contou com a prestigiosa presença da FPLP), a nosso ver, marca a consolidação desse processo de reconstrução e cria condições para o PCB crescer com qualidade. Achamos que se não cometermos erros, se mantivermos essa coerência política que temos mantido nos últimos anos, o PCB pode ser um estuário dos revolucionários brasileiros. É claro que esta reconstrução foi um processo difícil nos primeiros anos. A grande unidade que tínhamos no início da década de 90 era manter o PCB. Mas isso não era suficiente; não se tratava apenas de manter o partido pela sua história, como se fosse um patrimônio histórico. Quando começamos a discutir para o que servia o partido, aí começaram a aparecer algumas divergências. Só no fim da década passada é que começa a se manifestar no PCB um consenso hegemônico em torno de algumas questões que marcam esse momento que nós estamos vivendo, e que eu caracterizaria com dois grandes temas: a revolução socialista e o partido leninista.

3 - Onde estão as dificuldades que impedem a unificação dos partidos da esquerda brasileira?

A divisão dos partidos de esquerda não há só no Brasil, é uma divisão que perpassa toda a esquerda mundial, em torno de uma velha discussão entre reforma e revolução. Um partido de esquerda determina sua linha política em função de como ele vê a sociedade. No nosso caso, avaliamos que o fator mais importante desta divisão é a localização de qual é a contradição fundamental de uma sociedade. Nós achamos que, no Brasil, a contradição fundamental da sociedade é entre o capital e trabalho, mas há alguns setores de esquerda que acham que é entre a nação brasileira (incluída a burguesia) e o imperialismo. Daí derivam as divergências, que têm a ver com a possibilidade ou não de fazer aliança com a burguesia. No nosso caso, acreditamos que não existe possibilidade de aliança com a burguesia brasileira.

4 - O presidente Luís Inácio Lula da Silva, considerado da esquerda, como o PCB avalia o governo de Lula referente à política interna e a política externa?

Na nossa avaliação, Lula nunca foi de esquerda; Lula é um democrata, um social liberal. Mas nunca enganou ninguém; quando tomou posse disse que iria fazer um espetáculo do crescimento capitalista. Ele é um sindicalista de resultado que leva isso para o exercício da presidência da república. Na realidade, não existe meio termo: ou se é socialista ou capitalista. Por exemplo, a política econômica do governo Lula é idêntica praticamente à do FHC. Lula nomeou como presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que era presidente do Banco de Boston, um representante do capital. Ele foi nomeado na frente do Bush, antes da posse do Lula. A política externa do governo Lula é a política externa do estado capitalista brasileiro, que chamam de pragmatismo responsável. O centro desta política é fazer o capitalismo brasileiro se transformar numa potência mundial, uma potência capitalista mundial. Já que estamos falando em uma entrevista que tem como público principal nossos irmãos palestinos e do Oriente Médio em geral, um bom exemplo da postura do governo brasileiro na política externa foi na questão da invasão sionista à faixa de Gaza. Lula ficou em cima do muro, fazendo declarações ora para um lado, ora para outro.

5 - Na América Latina, presenciamos muitos fatos importantes, entre eles a chegada de várias personalidades populares ao poder em vários países como Venezuela e Bolívia, além do Brasil, Equador, Chile, Argentina, Paraguai. Como o companheiro analisa este avanço da esquerda na América Latina?

Realmente há um avanço progressista na América Latina, um avanço grande e importante, positivo, mas sujeito a retrocessos e contradições. E é desigual também, com relação ao enfrentamento ao imperialismo, ao ritmo, à qualidade e intensidade das mudanças sociais. Desse ponto de vista, podemos dividir a América Latina em três grupos: um primeiro grupo é mais à esquerda, mais representativo dessas mudanças sociais, como é o caso de Cuba, que inspirou e possibilitou outros processos revolucionários. Temos aí também, neste grupo, os casos da Venezuela, Bolívia e, em menor medida, do Equador. Por outro lado, tem um grupo de países que nós chamamos de governos sociais liberais, especialmente no cone-sul do Brasil, e ai nós estamos falando de Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina. São experiências reformistas, mas dentro da lógica do capital. Esses governos não têm nenhum interesse em participar de uma articulação continental antiimperialista, como é o caso da ALBA. E, finalmente, na América Latina tem três países cujos governos são alinhados ao imperialismo americano: México, Peru e Colômbia. Foram exatamente estes três países que firmaram acordos bilaterais com os Estados Unidos, os chamados TLCs (Tratados de Livre Comércio). O mais perigoso deles é o governo da Colômbia, o governo Uribe, que é um fascista, que é um verdadeiro narcotraficante, que está transformando a Colômbia numa grande base militar ianque, uma situação que o mundo árabe bem conhece. A Colômbia está virando, para a América Latina, o que representa Israel para o Oriente Médio, ou seja, uma grande base militar terceirizada do imperialismo norte-americano.

6 - As 7 bases militares americanas foram construídas na Colômbia recentemente, além das outras bases no Paraguai e Suriname e em vários países da América Latina. O companheiro pode relatar qual é o interesse do imperialismo americano na América Latina?

É importante registrar que a América Latina passa por um momento de muita tensão. Há três ou quatro anos atrás, quem diria que a América Latina poderia se transformar numa região com riscos de conflitos militares? O imperialismo está prestando mais atenção na América Latina, preocupado com as mudanças que foram aos poucos se implantando; e resolveram tentar dar um basta nessas mudanças. E estão jogando pesado. Reativaram a “Quarta Frota”, que estava desativada desde a segunda guerra mundial. E é uma frota que percorre os mares da América do Sul, Central e Caribe, armada até os dentes. Estão criando mais setes bases militares na Colômbia. O golpe em Honduras já é parte desta agressividade: tem o DNA, as pegadas, as digitais do imperialismo americano, antes, durante e depois. Eles fizeram todo um teatro, de que não estavam por trás do golpe, mas o mundo, pelo menos o mundo mais bem informado, mais politizado, já sabe que aquele foi um golpe articulado pela CIA, pelo Departamento de Estado. O problema dos Estados Unidos aqui na América Latina não é apenas a guerra, porque eles precisam de guerra, para poder vender seus produtos, a sua grande indústria hoje é a indústria bélica, o que nós chamamos de complexo industrial militar. Eles têm três objetivos na América Latina, como em geral no mundo todo: fazer guerras para vender produtos do complexo industrial militar, tentar barrar o processo de mudanças sociais e, em terceiro lugar, se assenhorar, saquear as grandes riquezas naturais que a região tem, mesmo depois de quatro séculos de exploração, muito bem expostos por Eduardo Galeano, no Livro as “Veias Abertas da América Latina”. Eles sabem que aqui ainda há muita riqueza, petróleo e gás em abundância, reservas de água potável, biodiversidade, muitos outros recursos minerais, apesar de tudo que os espanhóis, os portugueses e depois os ingleses e os próprios americanos já saquearam.

7 - Durante 2 décadas, vários acontecimentos mundiais aconteceram, que deixaram os Estados Unidos dominando o mundo, praticando, julgando e punindo seus inimigos, conforme seus interesses e objetivos. Sem o sistema Socialista, sem a União Soviética e com a nova ordem mundial, a globalização, ocorreram mais guerras, como no Afeganistão e no Iraque. Como o Partido Comunista Brasileiro entende as mudanças e estas guerras?

A queda da URSS foi uma derrota para os trabalhadores do mundo todo. Até então o mundo era bipolar, ou seja, havia duas potências, os Estados Unidos e a URSS, que disputavam a hegemonia do mundo em condições de igualdade e isso permitia à URSSS impor uma correlação de forças que garantia, dessa forma, um pouco de paz, paz no sentido da luta antiimperialista, porque a URSS deu solidariedade a muitos países na luta contra o imperialismo. A queda da URSS provocou também um enfraquecimento dos partidos comunistas e de esquerda, dos sindicatos. Durante quase duas décadas, prevaleceu um mundo unipolar, ou seja, um mundo que só tinha um pólo, um pólo capitalista, hegemonizado pelos EUA. A falta da URSS provocou, por exemplo, a perda de direitos trabalhistas no mundo todo e o esvaziamento do papel do Estado, as privatizações. Mais cedo do que imaginávamos, porém, estão surgindo outros pólos no mundo, mas é bom registrar, para que não se tenha no campo da esquerda nenhuma ilusão, que se trata ainda de uma multipolaridade no campo do capital. Mas há também a crise do capitalismo e uma tendência de recuperação do poder de força dos partidos comunistas, dos sindicatos, o acirramento da luta de classes; enfim, há um ambiente hoje mais propício para a esquerda no mundo. Infelizmente, o capitalismo ainda tem bala na agulha, ainda tem gordura para queimar. Apesar de os EUA virem gradualmente perdendo um pouco de sua hegemonia no campo político, no campo ideológico e até econômico, não podemos nos iludir, porque no campo militar o mundo é quase unipolar ainda.

8 - Desde 1947 a ONU, em sua resolução 181, definiu a partilha da Palestina, e o voto do Brasil foi decisivo para a criação do Estado de Israel e para a aprovação das resoluções da Assembleia Geral, que não obrigam as partes as aceitarem. Como o PCB vê o voto de Oswaldo Aranha, e qual é a sua visão sobre o conflito daquele ano?

A meu ver, a decisão da ONU, em 1947, pela criação do Estado de Israel em terras palestinas – em que alguns dos países votantes talvez considerassem a possibilidade de uma coexistência pacífica entre os povos judeu e palestino – acabou se mostrando trágica e desastrosa. Se o Estado de Israel fosse criado em outra região do mundo, como chegou a ser aventado pelos próprios judeus no início do século XX, o sionismo teria dificuldade de formular a ideologia da “terra prometida”, que embasa sua agressividade. A tendência talvez fosse um estado laico. Esta Resolução da ONU foi influenciada por alguns fatores, inclusive conjunturais, como a solidariedade mundial frente às atrocidades cometidas pelos nazistas, no que ficou conhecido como holocausto, cuja existência não se pode negar. Antes da decisão da ONU, a partilha da Palestina já vinha sendo negociada e implementada pela burguesia sionista, com o apoio da Inglaterra e dos Estados Unidos, estimulando o fluxo de judeus para o território palestino, ou seja, uma ocupação gradual e conflituosa, que já encontrava a resistência dos palestinos. A decisão da ONU, em verdade, veio “legalizar” uma ocupação de fato. Por mais que a antiga União Soviética (que também votou a favor) tivesse ilusões de ajudar a criar um Estado laico e progressista, vendo o grande número de judeus pobres que migravam para terras palestinas, dentre eles muitos comunistas, a criatura da ONU de 1947 acabou sendo hegemonizada pelo sionismo e se transformando numa cunha do imperialismo no Oriente Médio. Ocorre que os ideólogos sionistas supervalorizam o holocausto, como se só os judeus tivessem sido vítimas de atrocidades, manipulando a história e inclusive tentando apagar o papel decisivo que principalmente a URSS e também outros países tiveram na derrota do nazifascismo. Não teve povo que teve mais perdas na Segunda Guerra que o povo russo. E a batalha decisiva se travou em seu território. E o incrível é que valorizam tanto o holocausto provocado por Hitler, que se sentem no direito de cometer qualquer agressão ao povo palestino. E ainda não aceitam que chamemos a tragédia palestina de holocausto palestino, que é como devemos caracterizar, até para chamar a atenção do mundo para o tema. Há décadas o sionismo usurpa as terras dos palestinos, reprime e prende os que resistem, destrói sua cultura, promove uma limpeza étnica nos territórios ocupados. São mais de 11 mil presos políticos e mais de 4 milhões de refugiados, vivendo precariamente nas fronteiras da Síria, do Líbano e da Jordânia.

9 - A ONU sempre teve papel importante em solucionar vários conflitos. Como vê o papel da ONU referente ao conflito palestino-israelense?

A ONU já teve um papel mais importante quando existia a URSS, que tinha um peso muito grande no Conselho de Segurança, inclusive poder de veto. Com a queda da URSS e também com a abertura da economia chinesa, a ONU já não é mais a mesma. Por mais que a China ainda mantenha alguns fundamentos socialistas, o fato de ter grande peso no mercado capitalista mundial limita sua atuação mais independente no âmbito internacional. Hoje a ONU, apesar de algumas contradições e apesar de suas instâncias, que reúnem o conjunto dos países em geral, terem posições mais progressistas, esbarra sempre num Conselho de Segurança que é hegemonizado pelo imperialismo. Desde sua fundação, Israel tem praticado massacres e agressões contra o povo palestino, muitos condenados pela ONU, que efetivamente não teve nenhum poder para punir Israel em absolutamente nada, em função do veto de seu parceiro e protetor, o imperialismo norte-americano. Na faixa de Gaza, Israel praticou vários crimes contra a humanidade e acaba de ser condenado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e, no entanto, o Conselho de Segurança da ONU não faz nenhuma retaliação a Israel.

10 - Durante mais de 60 anos, Israel praticou massacres contra o povo palestino, considerados crimes contra a humanidade, começando pelo massacre de Deir Yassin em 1948, onde foram assassinados mais de 110 palestinos da Aldeia de Deer Yassin. Lembrando Sabra e Chatila, em 1982, mais de 2000 palestinos foram assassinados brutalmente. Até seus últimos crimes recentemente na Faixa de Gaza, o Relatório de GoldenStone confirmou que Israel praticou massacres contra a humanidade na Faixa de Gaza. O companheiro, como advogado, o que acha que deveria se fazer, e qual a solução para levar os criminosos para os tribunais internacionais? E que atitude as forças da esquerda brasileira deveriam assumir para levar os criminosos de guerra aos tribunais?

Eu creio que todos os democratas, os socialistas de todo o mundo devem continuar uma campanha intensa no sentido de levar para os tribunais internacionais os criminosos de guerra de Israel. Infelizmente, não acho que o Estado de Israel esteja pronto para alcançar uma paz no Oriente Médio. Pelo contrário, o que temos visto é o aumento da agressividade sionista com a expansão dos assentamentos e com o “muro da vergonha”. Com a invasão de Gaza, o cerceamento da liberdade e a prisão de milhares de militantes palestinos, o que Israel tem feito é tentar inviabilizar o futuro Estado palestino, inclusive com a ocupação territorial, a separação de Gaza da Cisjordânia, com assentamentos irregulares e ilegais. O que ocorre é que Israel, com essa política, acaba inviabilizando na prática a ideia da coexistência pacífica (dois povos, dois Estados), simplesmente porque está desfigurando e acabando com o território palestino original. Para se ter uma ideia da resistência de Israel aos direitos do povo palestino, Israel não aceita nem a proposta rebaixada da Autoridade Nacional Palestina de criar um Estado palestino descontínuo, apenas na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Além de afirmar que “Jerusalém é indivisível”, Israel ainda ameaça retaliar os palestinos se este Estado, limitado e descontínuo, for estabelecido. As forças de esquerda, democráticas e progressistas brasileiras devem reforçar a campanha mundial para levar os criminosos de guerra aos tribunais internacionais, uma das formas de evitar a repetição dessas atrocidades. Os Comitês de Solidariedade ao Povo Palestino têm que se reproduzir em todos os Estados brasileiros e se fortalecer através da unidade de ação, para criar as condições para a realização, no momento oportuno, de um grande congresso ou conferência nacional de solidariedade à Palestina.

11 - Qual é a mensagem, como dirigente do PCB, o camarada manda para o povo palestino e os povos árabes?

Nossa mensagem vai no sentido de dizer para o povo palestino e para todos os povos árabes que, aqui na América Latina, inclusive no Brasil, há uma grande simpatia, uma grande solidariedade à luta desses povos, que devem perseverar, pois a vitória será certa. Mas devemos nos preocupar com o recrudescimento da agressividade sionista e imperialista, pois quanto mais se agravar a inevitável crise do capitalismo, mais recorrerão a guerras de baixa, média e grande intensidade, golpes de Estado e todas as formas de truculência política e militar, para tentar frear a resistência dos povos e saquear suas riquezas.

Cartão de Sidney Moura





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Conheça os inimigos da Reforma Agrária

Do Jornal Sem Terra

Depois de conseguir emplacar a CPMI contra a Reforma Agrária, os setores mais conservadores do Congresso Nacional passaram a escalar o seu time de parlamentares. Foram convocados inimigos do povo brasileiro para atuar na CPMI e nos bastidores. Esses parlamentares têm como características o ódio aos movimentos populares e o combate à Reforma Agrária e às lutas sociais no nosso país.

São fazendeiros e empresários rurais, que foram financiados por grandes empresas da agricultura e colocaram seus mandatos a serviço do latifúndio e do agronegócio. Nas costas, carregam denúncias de roubo de terras, desvio de dinheiro público, rejeição à desapropriação de donos de terras com trabalho escravo, utilização de recursos ilícitos para campanha eleitoral, devastação ambiental e tráfico de influência.

Essa CPMI faz parte de uma ofensiva desses parlamentares, que tem mais três frentes no Congresso. Até o fechamento desta edição, os nomes dos parlamentares indicados para a CPMI contra a Reforma Agrária já tinham sido lidos, mas os trabalhos não tinham começado. A CPMI pode se arrastar até junho de 2010. O Jornal Sem Terra deste mês de dezembro (nº 299) apresenta os deputados e senadores que estão na linha de frente na defesa dos interesses da classe dominante rural.

KÁTIA ABREU
Senadora (DEM-TO) / Suplente na CPMI

• Formada em psicologia.
• Presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), eleita em 2008 para três anos de mandato. Foi presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (1995-2005).
• Dona de duas fazendas improdutivas que concentram 2.500 hectares de terras.
• Apresentou 23 projetos no Senado e apenas três foram aprovados, mas considerados sem relevância para o país, como a garantia de visita dos avós aos netos.
• Torrou 60% das verbas do seu gabinete com propaganda (R$ 155.307,37).
• É alvo de ação civil do Ministério Público na Justiça de Tocantins por descumprir o Código Florestal, desrespeitar povos indígenas e violar a Constituição.
• Integrante de quadrilha que tomou 105 mil hectares de 80 famílias de camponeses no município de Campos Lindos (TO). Ela e o irmão receberam 2,4 mil hectares com o golpe contra camponeses, em que pagaram menos de R$ 8 por hectare.
• Documentos internos da CNA apontam que a entidade bancou ilegalmente despesas da sua campanha ao Senado. A CNA pagou R$ 650 mil à agência de publicidade da campanha de Kátia Abreu.


RONALDO CAIADO
Deputado Federal (DEM-GO)
• Formado em Medicina.
• Foi fundador e presidente nacional da União Democrática Ruralista (UDR).
• É latifundiário. Proprietário de mais 7.669 hectares de terras.
• Dono de uma fortuna avaliada em mais de R$ 3 milhões
• Não teve nenhum dos seus 19 projetos aprovados no Congresso.
• É investigado pelo Ministério Público Eleitoral por captação e uso ilícito de recursos para fins eleitorais. Não declarou despesas na prestação de contas e fez vários saques “na boca do caixa” para o pagamento de despesas em dinheiro vivo, num total de quase R$ 332 mil (28,52% do gasto total da campanha).
• Foi acusado de prática de crimes de racismo, apologia ou instigação ao genocídio por classificar os nordestinos como “superpopulação dos estratos sociais inferiores” e propor um plano para o extermínio: adição à água potável de um remédio que esterilizasse as mulheres.

ABELARDO LUPION
Deputado federal (DEM-PR) / Titular na CPMI
• É empresário e dono de diversas fazendas (três delas em São José dos Pinhais).
• Foi fundador e presidente da União Democrática Ruralista do Paraná.
• É um dos líderes mais truculentos da bancada ruralista na Câmara dos Deputados.
• Faz campanha contra a emenda constitucional que propõe a expropriação de fazendas que utilizam trabalho escravo.
• Apresentou somente cinco projetos no exercício do mandato. Nenhum foi aprovado.
• Sua fortuna totaliza R$ 3.240.361,21.
• Fez movimentação ilícita de R$ 4 milhões na conta bancária da mãe do coordenador de campanha. É réu no inquérito nº 1872, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por crime eleitoral.
• Sofre duas representações por apresentar - em troca de benefícios financeiros – uma emenda para as transnacionais Nortox e Monsanto na Câmara, liberando o herbicida glifosato.
• A Nortox e a Monsanto financiaram a sua campanha em 2002. A Nortox contribuiu com R$ 50 mil para o caixa de campanha; já a Monsanto vendeu ao parlamentar uma fazenda de 145 alqueires, por um terço do valor de mercado.
• Participou de transação econômica fraudulenta e prejudicial ao patrimônio público da União em intermediação junto à Cooperativa Agropecuária Pratudinho, situada na Bahia, para adquirir 88 máquinas pelo valor de R$ 3.146.000, das quais ficou com 24.
• Deu para parentes a cota da Câmara dos Deputados, paga com dinheiro público, para seis voos internacionais para Madri e Nova York.

ONYX LORENZONI
Deputado Federal (DEM-RS) / Titular na CPMI
• Formado em medicina veterinária. É empresário.
• Membro da “Bancada da Bala”, defendeu a manutenção da venda de armas de fogo no Brasil durante o referendo do desarmamento.
• Gastou 64,37% da verba do seu gabinete com propaganda (R$ 230.621
• Campanha financiada por empresas como a Gerdau, Votorantin Celulose, Aracruz Celulose, Klabin e Celulose Nipo.
• Teve apenas um projeto aprovado em todo o seu mandato.

ALVARO DIAS
Senador (PSDB-PR) / Titular na CPMI
• Formado em história. É proprietário rural.
• Foi presidente da CPMI da Terra (2003/2005), que classificou ocupações de terra como “crime hediondo” e “ato terrorista”.
• Não colocou em votação pedidos de quebra de sigilos bancários e fiscais de entidades patronais, que movimentaram mais de R$ 1 bilhão de recursos públicos. Não convocou fazendeiros envolvidos em ações ilegais de proibição de vistorias pelo Incra.
• Divulga na imprensa de forma ilegal fatos mentirosos sobre dados sigilosos das entidades de apoio às famílias de trabalhadores rurais para desmoralizar a luta pela Reforma Agrária.
• Não declarou R$ 6 milhões à Justiça Eleitoral em 2006. O montante é referente à venda de uma fazenda em 2002.


LUIS CARLOS HEINZE
Deputado Federal (PP-RS)
• Formado em engenharia agrônoma.
• É latifundiário. Dono de diversas frações de terras, totalizando 1162 hectares.
• Fundador e primeiro-vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (1989-1990).
• Seus bens somam mais de R$ 1 milhão.
• Nenhum dos seus projetos foi aprovado durante esta legislatura.
• Campanha foi financiada pela fumageira Alliance One, responsável por diversos arrestos irregulares em propriedades de pequenos agricultores.
• Defendeu o assassinato de três fiscais do trabalho em Unaí (MG), declarando que “os caras tiveram que matar um fiscal, de tão acuado que estava esse povo...”, justificando a chacina promovida pelo agronegócio (2008).
• É contra a regularização de terras quilombolas (descendentes de escravos), que representaria, para ele, “mais um entulho para os produtores rurais”.


VALDIR COLATTO
Deputado Federal (PMDB/SC)
• Formado em engenharia agrônoma. Proprietário rural.
• Foi superintendente nacional da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) (2000-2002).
• Foi superintendente estadual do Incra em Santa Catarina (1985- 1986) e secretário interino da Agricultura de Santa Catarina (1987).
• Desapropriou área de 1.000 hectares para fins desconhecidos na mata nativa quando presidiu o Incra, causando prejuízos de R$ 200 milhões para o poder público.
• Apresentou projeto que tira do Poder Executivo e do Poder Judiciário e passa para o Congresso a responsabilidade pela desapropriação de terras por descumprimento da função social.
• É contra a demarcação das terras indígenas e quilombolas.
• Autor do projeto que transfere da União para estados e municípios a prerrogativa de fixar o tamanho das áreas de proteção permanente nas margens dos rios e córregos. Com isso, interesses econômicos locais terão maior margem para flexibilizar a legislação ambiental e destruir a natureza.
• É um dos pivôs de supostas irregularidades envolvendo o uso da verba indenizatória na Câmara dos Deputados.

Nota política da UJC

Acesse o link do blog da UJC Brasil para acessar a Nota Política:
www.uniaodajuventudecomunista.blogspot.com

Honduras - América Latina livre

BOLETIM DE LUTA – I - 28/11/2009
(Resistência Hondurenha)

Tirzo Tarriuz e Marco Fonseca, membros da RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA, estão desaparecidos desde a noite de sexta-feira, dia 27. Estavam hospedados no Hotel Caribe, na Costa Norte de Honduras.

Movimentos internacionais pelos direitos humanos começam a se mobilizar para evitar que, tal e qual tem acontecido sistematicamente desde o golpe de julho que depôs o presidente constitucional do país Manuel Zelaya, seja torturados e assassinados pelo regime golpista controlado pelos Estados Unidos.

As eleições de cartas marcadas, para legitimar o golpe, foram marcadas por intensa e violenta ação dos militares hondurenhos, agentes da CIA lotados na base norte-americana em Tegucigalpa e agentes israelenses do MOSSAD, muitos dos quais agiram no cerco à embaixada do Brasil onde está o presidente Zelaya.

A população foi coagida a comparecer aos locais de votação, por meio de ameaças como perda de emprego, prisões, confisco de bens e pequenas propriedades.

Em todo o país o regime de terror é coordenado a partir do comandante da base militar norte-americana na capital hondurenha, que é também o comandante em chefe das forças armadas do país, inteiramente subordinadas às políticas golpistas dos EUA e com militares ligados ao tráfico de drogas.

A base militar dos Estados Unidos em Honduras existe desde a formação de grupos no governo Reagan para lutar contra a revolução sandinista na Nicarágua e agora treina militares de todos os países latino-americanos com capital em Washington e sob comando do Pentágono para golpes preventivos, como o presidente Obama chama a derrubada de presidentes que contrariem interesses do seu país, mesmo que sejam eleitos pela vontade popular.

Brasil, Venezuela, Paraguai, Argentina, Equador, Bolívia, Nicarágua, Guatemala e Uruguai já anunciaram que não vão reconhecer as eleições em Honduras. Há todo um esforço do governo dos EUA para fazer parecer que se exerce a democracia ali.

É a mesma "democracia" da prisão de Guantánamo (que Obama disse que fecharia, mas, demonstrando ser um mentiroso contumaz, não fechou) ou dos crimes contra o povo afegão e o saque do petróleo iraquiano, além das ameaças ao Irã.

O poder imperial se espalha pelo mundo.

O povo hondurenho resiste e continua a luta pela refundação do país sem norte-americanos, sem sionistas de Israel e pela vontade dos hondurenhos.

O PODER É DO POVO – ZELAYA É O PRESIDENTE

RESISTIMOS À BRUTALIDADE MILITAR E DOS EUA


FRAUDE

As primeiras informações acerca do acidente envolvendo um caminhão militar que transportava urnas com cédulas para as eleições presidenciais de domingo, dia 29, na tentativa de legitimar o golpe norte-americano/sionista em Honduras, dão conta que o caminhão foi incendiado por tropas do exército de Honduras diante da perspectiva inesperada de vistoria do referido caminhão por observadores internacionais de diversos países.

AS CÉDULAS TRANSPORTADAS NO CAMINHÃO E DESTINADAS A CIDADES DO INTERIOR DO PAÍS ESTAVAM PREVIAMENTE MARCADAS COM O NOME DO CANDIDATO GOVERNISTA PORFIRIO LOBO.

A decisão de explodir o caminhão através de um incêndio, mesmo matando soldados/zumbis do exército hondurenho, partiu do comando golpista em Tegucigalpa, capital do país e cujo quartel general é a base militar dos EUA ali localizada. Um laudo emitido às pressas, logo após o acidente, por uma guarnição do Corpo de Bombeiros, definindo o incêndio a partir de uma pane no motor do caminhão tem o objetivo de encobrir os fatos e permitir que a mídia norte-americana continue em toda a América Latina controlada pelos EUA, ou onde o país tem braços (GLOBO, BANDEIRANTES, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBS, e outros no Brasil) divulgando as versões oficiais dos golpistas e reforçando a posição dos EUA, do estado narco/terrorista da Colômbia, do Peru e da Costa Rica, de reconhecimento das eleições como fim do estado de golpe, mesmo que o poder não tenha sido devolvido a Zelaya, os acordos não tenham sido cumpridos e a ordem constitucional tenha sido violada.

Não reconhecem as eleições inclusive o governo da ESPANHA, além do BRASIL, EQUADOR, VENEZUELA, BOLÍVIA, PARAGUAI, NICARÁGUA, GUATEMALA, ARGENTINA e deve anunciar idêntica posição o governo de EL SALVADOR.

O PODER É DO POVO – ZELAYA É O PRESIDENTE

RESISTIMOS À BRUTALIDADE MILITAR DOS EUA

Muros, mortos e mentiras

Jorge Cadima*

"O adeus ao comunismo? Provocou um milhão de mortos". O título não é de uma publicação comunista. É de um jornal do grande capital italiano, o Corriere della Sera (9.11.09), que noticia um estudo de professores de Oxford e Cambridge, publicado na conceituada revista médica britânica The Lancet. "Baseados nos dados da Unicef, de 1989 a 2002», os autores afirmam que «as políticas de privatização em massa nos países da União Soviética e na Europa de Leste aumentaram a mortalidade em 12,8% […] ou seja, causaram a morte prematura de um milhão de pessoas".

"Morreu-se mais lá onde se adotaram as “terapias de choque": na Rússia, entre 1991 e 1994, a esperança de vida diminuiu em 5 anos». Conclusões de estudos anteriores foram ainda mais graves. Como escreve o Corriere della Sera, «A agência da ONU para o desenvolvimento, a UNDP, em 1999, contabilizou em 10 milhões as pessoas desaparecidas na telúrica mudança de regime, e a própria UNICEF falou em mais de 3 milhões de vítimas». Foi para celebrar estes magníficos resultados que o estado-maior do imperialismo se reuniu em Berlim, com pompa, circunstância e transmissões televisivas infindáveis, numa comemoração do regime em torno dos 20 anos da contrarrevolução no Leste Europeu.

O balanço da restauração do capitalismo é ainda mais grave. Mesmo sem falar no sofrimento dos vivos do Leste – o alastrar de pobreza extrema, dos sem-abrigo, da prostituição, da dependência aos tóxicos ou da emigração em massa para sobreviver – os efeitos das contrarrevoluções de 1989-91 fizeram-se sentir em todo o planeta. As «terapias de choque» de um imperialismo triunfante e ávido por reconquistar as posições perdidas ao longo do Século XX tornaram-se uma mortífera realidade global e tiveram, em 2008, o seu corolário inevitável: a maior crise do capitalismo desde os anos 1930. Uma escalada de mortíferas guerras foram ao mesmo tempo desencadeadas pelo imperialismo, liberto do contrapeso dos países socialistas. Muitas centenas de milhares de mortos (mais de 650 mil só no Iraque, segundo outro estudo publicado em 2006 na Lancet) são o fruto «da queda do Muro» no Golfo, na Iugoslávia, no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, e agora no Paquistão – para não falar das agressões "menores".

E foram acompanhadas pelo "Gulag" de prisões secretas dos EUA espalhadas por todo o mundo, no qual desaparecem milhares de pessoas raptadas e torturadas por um sistema de repressão acima de qualquer controlo. Os dirigentes do «mundo livre» que se juntaram, ufanistas, em Berlim, são todos responsáveis por este banho de sangue e repressão. Podem mostrar-se de cara simpática e tratarem-se amigavelmente por Hillary, Angela, Nicolas, Bill, Tony, Obama, etc. Mas das suas mãos escorre o sangue e sofrimento de milhões de pessoas em todo o planeta – de Peshawar a Guantanamo (que continua aberta), de Abu Ghraib às Honduras (que continua sob controle dos golpistas e a indiferença da comunicação social «democrática»), das «maquiladoras» mexicanas aos campos de refugiados palestinos (que continuam – há 60 anos – à espera do seu Estado).

Pelo "Gulag" democrático-ocidental passou Khalid Shaikh Mohammed, que vai agora a julgamento nos EUA, acusado de ser o responsável primeiro do 11 de Setembro (mas não era o Bin Laden?). Segundo o New York Times (15.11.09), "foi submetido 183 vezes à técnica de quase afogamento chamada 'waterboarding'". O jornal afirma que ele também se diz responsável "por uma série de conspirações", como "tentativas de assassinato do Presidente Bill Clinton, do Papa João Paulo II e as bombas de 1993 no World Trade Center".

Mais um afogamento simulado e confessaria também ser responsável pelo aquecimento global e o sumiço de D.Sebastião em Alcácer-Quibir. Mas atente-se na vida do acusado: paquistanês, criado no Kuwait e diplomado por uma universidade americana, viajou, após os estudos, «para o Paquistão e o Afeganistão, a fim de se juntar aos combatentes mujahedines que, nessa altura, recebiam milhões de dólares da CIA para lutar contra as tropas soviéticas» (NYT, 15.11.09). Afeganistão hoje ocupado e onde "segundo responsáveis da OTAN […] um terço dos polícias afegãos são toxicodependentes» (Sunday Times, 8.11.09). Admirável mundo novo que a "queda do Muro" pariu!



* Jorge Cadima é Professor universitário e analista de política internacional

Avante nº 1.877 de 19 de Novembro de 2009
http://www.odiario.info/b2lhart_imp.php?p=1380&more=1&c=1

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro

14 de Novembro de 2009

Como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!
Por Cesare Battisti


“CARTA ABERTA”
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA
AO POVO BRASILEIRO

Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta - Albert Camus)

Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.

Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.

A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.

Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!

Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.

Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.

Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.

E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.

Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.

Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!

Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade

Cesare Battisti

Carta de Sidney Moura sobre Dilma

Colegas,

Inicialmente gostaria de deixar bem claro: eu não votarei na Dilma.

Tenho minhas razões. Estou convencido de que ela e todos os demais candidatos que se apresentam para disputar as eleições em 2010 não terão compromissos com os reais interesses da classe que só tem a força de trabalho para vender.

Não votarei na Dilma. Nem naqueles que, apesar da crise mundial que desmoralizou a eficiência do capitalismo, continuam a afirmar que somente o setor privado é eficiente, apesar de os cartórios de falência demonstrarem o contrário. Os privatistas da coisa pública dizem que o Estado atrapalha. Mas correm para o estaleiro estatal a fim de tapar os rombos dos transatlânticos empresariais e finaceiros sempre que o "eficiente" sistema de mercado entra em crise. Usam o dinheiro público para salvar especuladores. Enquanto isso, a educação e a saúde continuam sendo sucateadas.

Não votarei na Dilma, nem no Serra, nem nos outros que ora se apresentam porque, no fundo, não passam de gerentes ou síndicos do sistema em que todas as necessidades humanas precisam ser transformadas em mercadorias. Não votarei naqueles que serão financiados pelos grandes grupos econômicos, que irão perpetuar relações sociais desiguais embaladas nas políticas públicas interessadas em encabrestar votos com base na institucionalização da pobreza.

Mas, como professor de História, tenho o dever de oferecer outras visões de certos fatos. Como cidadão tenho o direito de dar minha opinião.

A Dilma, em que não votarei, participou da luta armada contra a ditadura. Não foi um bom caminho. Mas, naqueles anos de chumbo da ditadura fascista, muitos jovens românticos foram simpáticos à ideia de que o regime que torturava e matava os opositores em seus úmidos e sombrios porões poderiam ser derrotados daquela forma. Foi uma opção diferente da de certos privatistas que preferiram viver o exílio dourado na Sorbonne.

Às vezes, em tempos difíceis, é preciso fazer opções. Por isso mesmo muitos jovens, como Jean Mollin, participaram da Resistência Francesa contra Hitler durante a Segunda Guerra; como Dinarco Reis, das Brigadas internacionalistas contra Franco, na Guerra Civil Espanhola; como Patrice Lumbumba, Samora Machel, Agostinho Neto e Nelson Mandela nas lutas de libertação dos povos africanos; Angela Davies em defesa dos afrodescendentes norte americanos; Fidel e Che contra o governo mafioso-marionete de Fulgêncio Batista, entre outros.

Não posso colocar a Dilma, em quem não votarei, no mesmo nível dos acima citados. Mas a atitude dela, no contexto histórico da sua opção, apesar do equívoco, no mínimo deve ser respeitada. Digo isso para que, de forma desavisada, não passemos a reproduzir as provocações do senador Agripino Maia (DEMO-RN) que, em CPI do Senado, perguntou se a Dilma tinha o hábito de mentir. Ao que ela respondeu que, sob tortura, havia mentido para não entregar seus companheiros. E concluiu, ao final, lembrando que, naquela época, o referido senador estava ao lado do regime que fazia calar sob choques e pau-de-arara os que lhes faziam oposição. Será que o príncipe, doutor da Sorbonne, teria a mesma atitude?...Hum... provavelmente não.

Tem uma coisa que é pouco dita. Existiram grupos que entenderam que a única possibilidade de derrotar a ditadura era mobilizando a opinião pública a partir da construção de uma Frente Democrática. Entre estes que optaram pela via pacífica de enfrentamento ao regime ditatorial, muitos também sofreram nos porões da "redentora". Alguns, até hoje, não tiveram seus corpos devolvidos às suas famílias. A tentativa frustrada das bombas do Riocentro estava endereçada a eles.

A vida é dura.

Eu não votarei na Dilma. Ela perdeu a capacidade de seguir chutando, de outras maneiras, as portas das senzalas modernas. Ela, entre outros que se apresentam para o pleito de 2010, estarão a serviço da sobrevida de um sistema de exploração do homem pelo homem. Eu, que sou pelas diferenças e contra as desigualdades, estou à procura de alguém que esteja disposto a lutar contra a rapinagem do darwinismo social e contribua para construir uma sociedade justa, fraterna e igualitária. Que ouse lutar.

Ousar lutar, ousar vencer.

Fraterno abraço.

Sidney
Professor de História da Rede Pública Estadual

Todo apoio ao jornal Brasil de Fato!

O COLETIVO DO CONSELHO EDITORIAL DO JORNAL BRASIL DE FATO, que ajuda a construir essa experiência de imprensa popular, alternativa e autônoma, está pedindo seu empenho, para contribuir e potencializar a construção de uma comunicação contra-hegêmonica da classe trabalhadora.

A experiência do Brasil de Fato já dura seis anos. Nesse tempo, mantivemos viva a ideia de um jornal impresso, semanal, destinado à militância, que circulou regularmente todas as semanas, apesar de todas as dificuldades. Construímos uma Agência de Notícias de rádio, que produz informativos e programas e os distribui para mais de 300 rádios comunitárias, públicas e comerciais. Construímos edições especiais, temáticas, com encomendas de movimentos sociais ou campanhas. Nessas edições, as tiragens têm variado de 200 mil até um milhão de exemplares. As ultimas edições especiais foram sobre agroecologia, sobre o Nordeste e, proximamente, vamos editar um jornal especial sobre as consequências sociais dos projetos financiados pelo BNDES.

Temos uma página de noticias na internet, que tem acessos diários próximos a dez mil consultas. E temos um boletim semanal, que resume as principais matérias e noticias do jornal impresso enviado para mais de cem mil destinatários. Articulamo- nos e fazemos intercâmbio com diversos outros instrumentos de imprensa popular que estão sendo construídos no país, como a revista Caros Amigos, as agências Adital e Agência Petroleira de Notícias, do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, assim como com as páginas da internet o Vermelho, Correio do Brasil, etc.

Mas tudo isso é ainda muito pouco, perante a hegemonia que as elites brasileiras têm sobre os meios de comunicação de massa no Brasil. Por isso é muito importante sua contribuição militante, para ajudar a fazer assinaturas do jornal impresso, que dão direito a receber o boletim eletrônico e as notícias da Radioagência.

Contribua para manter a imprensa popular e militante. Sem um verdadeiro mutirão de todos e todas é impossível resistir. Aproveite as festas de final de ano para estimular um presente inteligente e duradouro para todo ano.


Coletivo do Brasil de Fato no Rio

Ivo Lesbaupin, Virginia Fontes, Vito Giannotti, Leon Diniz, Gaudêncio Frigotto, Ivan Pinheiro, Sandra Quintela, Leo Haua, Latuff, Leandro Uchôas, Tobias, Achille Lollo, Mario A. Jacobskind, Marcelo Salles, Mirla Cisne, Cátia Guimarães, Aurélio Fernandes, MTD, MST, Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, Consulta Popular.


Por trás do Brasil de Fato estão os assinantes,
E dos assinantes, o trabalho de cada militante!

Tristeza, indignação e sei lá mais o quê

Por Luiz Rodolfo Viveiros de Castro

É com muita tristeza, mas tanta, tanta, que suplanta a indignação, que quase me paralisa - e para tentar não ficar parado tento escrever para vocês.

Acabei de entrar agora no globo.com, pensando em ver os resultados do futebol. Já sabia que meu time tinha perdido para o Barueri e que o Flamengo tinha ganho do Náutico; queria saber como foi para o Flu e para os adversários diretos na luta contra o rebaixamento do meu Botafogo. Mas que futebol, que nada. O que importa estar na primeira ou na segunda divisão?

Antes de ir para a parte de esportes me deparei com uma chamada para a matéria sobre o encontro do Lula com o líder da oposição na Itália, o representante da esquerda (?) moderna (?), Massimo D'Alema, que pediu pela extradição do Cesare Battisti.

Não quero nem comentar a matéria toda, dá nojo. Mas aí vai somente um trecho: Lula, ao saber que Battisti estava fazendo greve de fome, brincou: "Eu diria a ele para não fazer greve de fome, eu já fiz e é ruim".

Não sei o que fazer, não sei o que propor, mas quero pedir pra todos - sobretudo para os que estivemos presos - temos que fazer alguma coisa.

Battisti teve a mesma militância que nós, na mesma época. Vivemos num mundo em que o Régis Debray - que caiu na guerrilha do Che na Bolívia - foi ministro da Cultura na França, em que o Franklin Martins, o nosso Franklin, participou do sequestro do embaixador norteamericano: se não contam as motivações políticas, sequestro seria crime hediondo, Não é? Pois é, querem - o governo fascista da Itália - pegar o Battisti como bode expiatório.

Acho que todos conhecem o caso e o processo, mas nunca é demais lembrar que ele foi julgado à revelia, defendido por um advogado a quem nunca deu procuração para tal (e que ficou comprovada a falsificação de sua assinatura na constituição deste rábula) e as únicas "provas" são as acusações de um ex-militante que aceitou a delação premiada, provavelmente até pensando, naquela época, que pelo fato de Battisti estar fora do país podia jogar a culpa nele.

O ministro relator do caso disse que o Brasil devia extraditá-lo mas sem aceitar a prisão perpétua que não existe aqui; temos que exigir da Itália que a pena seja reduzida para 30 anos. Ora, o Battisti tem 65 anos, qual é a diferença? Vai sair com 95?

Sei lá, só sei que se não fizermos nada, nem que seja chorarmos juntos, seremos cúmplices diretos. Pois neste caso a injustiça, no meio de tantas, a perda de uma vida, no meio de tantas perdas, está ocorrendo pertíssimo de nós, com um dos nossos.

Em tempo: os suicídios recentes de presos políticos nos cárceres italianos, acho que foram 14 nos últimos tempos.

Despeço-me dizendo que concordo com a declaração de Battisti - que o Lula deve ou deveria ter lido, sobre a greve de fome - dizendo que prefere morrer fazendo greve de fome do que nas mãos de seus algozes italianos fascistas.

Saudações tristes, revoltadas e sei lá mais o quê!

Comentários acerca do discurso do Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, na Assembleia Geral da ONU

A transcrição do discurso chega oportunamente.
(O discurso em questão aparece no final do texto)

Há mais de um mês, os principais meios de comunicação do Brasil escolheram suas manchetes: a recusa do governo cubano em liberar visto/autorização para o lançamento do livro “De Cuba com Carinho”, de Yoani Sánchez, jovem escritora, autora do blog Generacion Y.. A editora Contexto, detentora dos direitos do livro para o Brasil, realizou, dia 29 de outubro, o evento de lançamento sem a autora; prato cheio para uma enorme reação dos principais jornais do Brasil. Só para citar, a questão Yoani foi capa do Prova & Verso d’O Globo (versão on line e impressa), matéria da revista Veja e da Época, do blog de Reinaldo Azevedo..., ou seja, todo tipo de material que se deve ter dois pés e duas mãos atrás antes de ler e pensar em acreditar.

A discussão sobre Cuba e o regime lá instalado é sempre muito acalorado. Já escrevi alguns pequenos artigos falando sobre o país e tentando desmistificar o que nos chega como “informação oficial” ou “verdade inconveniente”. Acontece que até mesmo os maiores detratores da ilha têm que se calar quanto os índices de alfabetização, mortalidade infantil, saneamento básico, entre outros, vêm à tona. Yoani, em sua entrevista à Veja faz questão de dizer que a Cuba de Batista já era um países com as menores taxas de analfabetos do mundo; o que Fidel fez foi dar continuidade ao processo. Desse Fidel continuidade a todo o processo iniciado por Batista e Cuba hoje seria uma Guantánamo dez vezes maior, miserável e cercada por cassinos e prostíbulos por todos os lados.

O que fere Yoani é a falta de “liberdade”. Não pode receber prêmios no exterior cuja maioria é ofertada pelos Estados Unidos. Mas será que Yoani não tem conhecimento do discurso do Ministro cubano em questão? É o próprio bloqueio estadunidense que impede a integração comercial de Cuba com outros países, questões que vão muito além de uma conexão banca larga - que também são impedidas pelo bloqueio..

Conheço algumas pessoas que já visitaram Cuba e já li vários relatos de quem lá já esteve. Todas as opiniões, sem exceção, apontam os pontos positivos da Revolução. Longe de serem demagogos, essas pessoas não escondem que há problemas no país, mas problemas que existem em qualquer outra nação que vive sem um monstruoso bloqueio há muito tempo.

Permitam-me citar alguns trechos do texto de Joaquim São Pedro, jornalista, cujo título é “Não vi a Cuba de Yoani” (disponível em: http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=4&cod_publicacao=30083), mais uma dessas pessoas que quiseram ver Cuba com seus próprios olhos e não pelas páginas de revistas semanais não comprometidas com verdades:

"A revolução assegurou aos cubanos valores que se tornaram inalienáveis. Falo de solidariedade, do respeito à diversidade, do espírito de coletividade, da ética, do amor ao próximo. De direitos como saúde pública, educação, emprego, saneamento básico, moradia e autonomia para o governo gerir as suas riquezas naturais, sem ter de entregá-las ao estrangeiro.”

“A "liberdade" que os cubanos buscam não é uma passagem aérea na mão, mas o direito de continuar a ser uma Nação capaz de enfrentar suas questões internas e externas, sem unilateralidade, promovendo uma política externa de respeito mútuo e às normas internacionais.”

“O socialismo não é o problema de Cuba, é a solução, porque representa a conquista de uma respeitabilidade internacional para o país e seu povo. O obstáculo a ser vencido é a opressão externa, liderada pelos EUA, e a propaganda dos contra que tentam macular a imagem de um governo que expulsou milionários americanos que viviam na ilha em absoluto comportamento predatório.”

"O cubano não esconde mendigos para o turista passar, até porque lá eles não existem. As dificuldades são um problema que todos enfrentam juntos. Não há fome, sede, frio ou pessoas morando na rua. Para enfrentar as catástrofes naturais, como tufões e maremotos, eles desenvolveram técnicas de preservação, antes de tudo, da vida humana, embora haja sérios prejuízos materiais, como o ocorrido no ano passado.”

Somem aos trechos o discurso do Ministro cubano e sem ortodoxia temos que reconhecer que Cuba está anos-luz à frente de países como o Brasil em questões que realmente importam. É caso bem sucedido.


Fernando
UJC Nova Friburgo

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DISCURSO DO MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES DE CUBA, BRUNO RODRÍGUEZ PARRILLA NA ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU, SOBRE O TEMA "NECESSIDADE DE PÔR FIM AO BLOQUEIO ECONÔMICO, COMERCIAL E FINANCEIRO IMPOSTO PELOS ESTADOS UNIDOS CONTRA CUBA
(Nova York, 28 de outubro de 2009) .


Senhor Presidente, senhores Representantes Permanentes e Delegados:

Alexis Garcia Iribar nasceu em Cuba, na província de Guantánamo, com uma doença cardíaca congênita. Já com 6 anos de idade, depois de sucessivos adiamentos e de complicações, teve que ser operado em 9 de março de 2009, com o coração aberto, porque o governo dos Estados Unidos proíbe que as empresas NUMED, AGA e Boston Scientific vender a Cuba os dispositivos Amplatzer e Embolização Coil para o cateterismo pediátrico que substitui a cirurgia. Eu poderia citar outros 12 casos, com idades entre 5 meses e 13 anos, todos tratados com um procedimento semelhante há um ano e meio, e dois deles em 20 de janeiro.

As crianças cubanas que sofrem de leucemia linfoblástica e rejeitam a medicação padrão não podem ser tratadas com o produto norte-americano "Elspar" criado especificamente para os casos de intolerância. Como resultado, sua expectativa de vida é reduzida e aumenta o seu sofrimento. O governo dos E.U.A. proíbe a empresa Merck and Co. fornecimento para Cuba.

Não é possível adquirir um equipamento analisador de genes, essenciais para o estudo da origem do câncer de mama, cólon e próstata, produzido pela Applied Biosystems (ABI).

Lactalis USA, um fornecedor de produtos lácteos, foi multado em 20 mil dólares pelo governo Eestadunidense.

Desde a eleição do presidente Obama, não houve nenhuma alteração na aplicação do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba. Permanece intacto.

O bloqueio continua a ser uma política absurda que provoca escassez e sofrimento. É uma violação massiva, flagrante e sistemática dos direitos humanos. Na Convenção de Genebra de 1948, é definido como um ato de genocídio. É eticamente inaceitável.

O bloqueio é um ato arrogante e ignorante. Recentemente, o governo norte-americano impediu a Orquestra filarmônica de Nova York de se apresentar em Cuba. Artistas cubanos não podem receber remuneração por suas apresentações ao público norte-americano. Como a criação artística pode ser considerada um crime?

A Microsoft bloqueou o acesso ao Windows Live para Cuba, porque, segundo se lê ao abrir a ferramenta, assim é "para os usuários em países sob embargo dos E.U.A.” O mesmo se aplica as páginas da Web "Cisco Systems", "SolidWorks" e "Symantec".

O bloqueio restringe a banda larga e a conectividade em Cuba. Se proíbe nossa conexão aos cabos submarinos de fibra óptica que passam ao longo das nossas costas.

Por que o governo E.U.A. impede o livre fluxo de informações e o acesso às novas tecnologias?

Mas essas proibições, desumanas e inapropriadas nesta época, não se aplicam apenas a Cuba, mas também a todos os países que vocês representam.

Philips Medical descumpriu o fornecimento de peças sobressalentes para equipamentos médicos comprados no valor de $ 72,7 milhões, instalados em Cuba e na Venezuela. Ela também foi multada em duzentos mil dólares. É uma empresa da Holanda a que o governo estadunidense aplica, extraterritorial, o bloqueio.

Hitachi diz que não pode vender a Cuba um microscópio eletrônico de transmissão, que é essencial em estudos de anatomia patológica, e a Toshiba diz o mesmo sobre uma câmara-gama, equipamentos de ressonância magnética e ultra-som de alta precisão. Estas são as empresas no Japão em que os Estados Unidos aplicam o bloqueio.

À Sensient Flavors, do setor de alimentos, o governo E.U.A. exportar para Cuba, mas é uma filial registrada e com sede no Canadá.

A Siemens, empresa alemã, nos recusou a vender um transformador de 125 MVA, segundo eles, porque tem "a obrigação de seguir algumas regras dos Estados Unidos". Sua subsidiária, com sede na Dinamarca, não poderia fornecer equipamentos para uma fábrica de cimento em Cuba sob proibição E.U.A.

Na Austrália e Nova Zelândia Bank Group (ANZ), com sede na Austrália, recebeu uma multa milionária por fazer negócios com Cuba.

Para 1941 os navios atracados em Cuba, entre julho de 2008 e 2009, foram proibidos de entrar em portos norte-americanos por cento e oitenta dias.

No Relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas, incluindo o que foi apresentado por Cuba, existem muitos outros exemplos.

Os representantes E.U.A. estão mentindo quando dizem que o bloqueio é uma questão bilateral. A aplicação extraterritorial das leis do bloqueio, como o "Helms-Burton" e "Torricelli" contra os Estados representados aqui, é uma violação grave do direito internacional, à Carta das Nações Unidas, à liberdade de comércio e navegação. No último período, as medidas do bloqueio foram aplicadas contra, pelo menos, 56 países. Assim, cabe à Assembléia Geral lidar com esta questão.

76% dos norte-americanos, de acordo com pesquisas recentes das instituições deste país, se opõe ao embargo. Ignorar a vontade de mudar e manter o bloqueio é antidemocrático.

Em tempos de desemprego e crise econômica, os empresários norte-americanos têm proibido o mercado cubano. Eles são proibidos de investir em Cuba. Companhias do mundo não têm concorrência norte-americana em Cuba, porque o governo E.U.A. proíbe.

O que teria de errado que os norte-americanos tenham acesso a produtos cubanos? A quem iria prejudicar abrir novos postos de trabalho nos portos dos E.U.A. como resultado do desenvolvimento das relações comerciais normais entre os dois países? Porque os norte-americanos não podem ter acesso aos medicamentos cubanos de última geração para o câncer ou diabetes, e as tecnologias para produzi-los, disponível apenas em Cuba? Por que a empresa Bacardi, que pagou o lobby da Lei Helms-Burton, evita a concorrência e força os norte-americanos a comprar mais caro, uma imitação pobre de rum cubano? Por que um charuto deve ser inatingível e exótico neste país?

O presidente dos Estados Unidos pareceu preso ao passado, quando em 11 de setembro prorrogado por mais um ano o bloqueio baseando-se "no interesse nacional dos Estados Unidos" e com base na Lei de Comércio com o Inimigo de 1917, que se aplica apenas em situações de guerra, e vigente unicamente contra Cuba.

Nenhuma pessoa séria pode argumentar que Cuba é uma ameaça à segurança nacional da única superpotência. Toda a nossa força é a do direito, da verdade e da razão. Parar a inclusão espúria de Cuba na lista de suspeitas de Estados patrocinadores do terrorismo, que é o suporte de algumas medidas do bloqueio e conceder a liberdade aos Cinco Heróis antiterroristas presos injustamente nesse país.

Cuba abriu seu espaço aéreo e aeroportos em 11 de setembro de 2001, de modo que qualquer aeronave estadunidense tinha um lugar para pousar, e ofereceu desde plasma e pessoal de saúde, e em seguida antibióticos e equipamentos contra o antraz, e voltou a fazer uma generosa oferta de médicos quando o furacão Katrina atingiu Nova Orleans.

Cuba é o país hospitaleiro que convida os norte-americanos a visitá-la, chama à cooperação intelectual, acadêmica, científica e ao rico debate, chama seus artistas para construir pontes e as empresas norte-americanas ao comércio e ao investimento.

Senhor Presidente:

Nós todos aplaudimos, alguns dias atrás, quando o presidente Obama disse nesta tribuna: "O direito internacional não é uma promessa vazia (...) Nenhum país pode dominar outras nações."

Não é nem pode ser aceitável para a comunidade internacional que aqueles que governam em Washington sentem-se com a autoridade para aplicar medidas econômicas coercitivas e leis extraterritoriais, contra Estados soberanos.

O presidente Obama tem a oportunidade histórica de liderar a mudança na política para Cuba e para a eliminação do bloqueio. Ele ainda tem os poderes de execução que lhe permitem, agora e por si próprio, alterar o pedido do bloqueio mediante "licenças gerais”, isenções ou dispensas, exceções por razões humanitárias ou de interesse nacional, mesmo sem que fossem mudadas as leis que estabelecem proibições.

Quem se opôe, e desafia com razão o egoísmo e a insensibilidade da direita conservadora, como o presidente Obama fez no Congresso, porque "... um homem de Illinois perdeu sua cobertura (seguros) no meio de quimioterapia ... e morreu por causa dela não podia, sem violar a uma ética elemental, impedir que as crianças cubanas que sofrem de câncer ou doença cardíaca, recebam medicamentos e equipamentos médicos.

O bloqueio de Cuba é também, usando as palavras do senador Edward Kennedy sobre a reforma da saúde, "uma questão moral" que põe a prova testes de "caráter" dos Estados Unidos da América.

Senhor Presidente:

É verdade que Cuba adquire grandes volumes de produção agrícola nos Estados Unidos. No entanto, os representantes dos E.U.A. mentem quando dizem que esse país é um parceiro comercial de Cuba e silenciam que essas operações violam as normas do sistema de comércio internacional, com pagamentos em dinheiro e antecipadamente, sem acesso ao crédito privado pela proibição do transporte de cargas em embarcações cubanas, com procedimentos caros e discriminatórios e que enfrentam constantes manobras para apreender a carga. Ele não pode ser chamado de operações de comércio sem a menor reciprocidade para Cuba exportar seus produtos para os Estados Unidos. Um país que bloqueia outro país não pode ser um parceiro de negócios.

É uma vergonha que os representantes do governo dos E.U.A. Mintam ao dizer que este país é o maior doador de ajuda humanitária a Cuba. Os dados utilizados são falsos. Misturam, em números fantasiosos e maliciosos, a quantidade de supostas licenças e operações que não produzem, e que ocorrem com a ajuda de exilados cubanos que vivem aqui, enviadas por seus próprios esforços, de suas famílias. Sucessivas administrações dos E.U.A. têm perseguido e assediado ONGs que enviam ajuda humanitária a Cuba e, como resultado, a metade deles pararam.

Nem mesmo um ano atrás, quando Cuba foi devastada por três furacões que causaram perdas equivalentes a 20% do nosso PIB, a administração Bush respondeu ao nosso pedido para que as empresas dos E.U.A., excepcionalmente, nos vendessem materiais de construção, telhados e empréstimos privados.

Senhor Presidente:

Os delegados dos Estados Unidos, em várias reuniões, indicaram as medidas tomadas pelo seu governo para eliminar as restrições mais brutais que aplicou George W. Bush às viagens dos emigrantes cubanos e o envio de ajuda aos seus familiares, bem como a retomada das conversações bilaterais sobre a migração e a mala direta.

Essas ações são positivas, mas extremamente limitadas e insuficientes. A realidade é que nem mesmo voltou à situação que prevaleceu até o início de 2004, quando a América do Norte permitiu um certo nível de intercâmbio acadêmico, cultural, científico, desportivo com homólogos cubanos, que continuam proibidos.

Algumas propostas vagas na área de telecomunicações são simplesmente inaplicáveis, enquanto não forem eliminadas algumas das restrições em vigor e pôr fim à prática de roubar fundos cubanos das operações no campo, congelados em bancos norte-americanos, na implementação das decisões de juízes venais que violam suas próprias leis.

Ao restaurar o direito dos residentes de origem cubana de viajar para a ilha , resulta ainda mais absurdo a proibição de norte-americanos viajarem a Cuba, o único lugar vetado a eles em todo o planeta. Os cidadãos norte-americanos que pagam impostos não têm a liberdade de viajar à Cuba, apesar da Constituição estadunidense supostamente garanti-lo. Os norte-americanos não têm direito de receber informações em primeira mão sobre Cuba.

TRADUÇÃO: DANIEL OLIVEIRA (PCB/MG)

O Militante 14

O Militante (edição número 14) traz artigo sobre o vitorioso XIV Congresso do PCB e convocação dos camaradas, simpatizantes e amigos do PCB para o Curso de Formação Política da União da Juventude Comunista e da Base Francisco Bravo de Nova Friburgo.

ESTUDAR, ORGANIZAR, LUTAR!

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15 de Outubro é feriado!

Patrões, respeitem o dia do professor!
Boletim do Sindicato dos Professores de Nova Friburgo e região


Como se não bastasse a imposição, por parte dos donos das escolas particulares, de reposição de aulas aos sábados por causa do adiamento das aulas em virtude da epidemia da gripe H1N1, agora a novidade é a tentativa de transformar em dia letivo a data de 15 de outubro, consagrada pela tradição e pelo Acordo Coletivo vigente da categoria profissional, como feriado, dia de folga para os professores.

No início do semestre, por ocasião de toda a celeuma criada em torno da epidemia da gripe e das medidas a serem tomadas para evitar sua expansão, ficou de fora do discurso das autoridades e dos donos de escolas a preocupação em garantir o pleno funcionamento da peça fundamental que move toda a engrenagem da Educação neste país: o professor. Mesmo não sendo consultados acerca das medidas tomadas, na volta às aulas, professores e servidores foram obrigados a se enquadrar no planejamento imposto pelos diretores de escolas no sentido de repor as aulas perdidas, aos sábados e em todo o mês de dezembro. Neste planejamento que, raramente contou com a participação dos professores, muitas escolas pretendem desrespeitar o direito adquirido pelo trabalhador da Educação de festejar, de folga, seu dia máximo.

Não é de hoje que os donos das escolas particulares promovem ataques aos direitos dos trabalhadores da Educação, duramente conquistados ao longo de décadas de lutas pela valorização da profissão. É um projeto antigo dos capitalistas do ensino, por exemplo, acabar com as férias dos professores, seja fracionando o mês de férias ao longo de todo o ano, seja forçando o retorno às aulas no mês de janeiro (como, por sinal, já acontece em algumas escolas de Nova Friburgo e de cidades da região), seja reduzindo ao mínimo o recesso de julho. Aliás, para alguns patrões, nem existe mais recesso em julho. Segundo eles, no meio do ano acontece o “descanso dos alunos”, como se o professor não precisasse recuperar suas energias, extremamente desgastadas pelo excesso de aulas ministradas nos diversos colégios em que é obrigado a trabalhar para compensar os baixos salários, pelo trabalho realizado em casa, nos momentos de folga, finais de semana e feriados!

A saúde do professor em perigo

São inúmeros os casos de Síndrome de Burnout (do inglês burn out, significando “queimar por completo”) verificados atualmente no meio do professorado. Trata-se de distúrbio psíquico de caráter depressivo, um estado de esgotamento físico e mental intenso cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. Os sintomas físicos da doença são: dor de cabeça, distúrbios, irritabilidade, impaciência, propensão a largar o emprego, dentre outros. A Síndrome de Burnout é uma resposta a um estado de pressão muito grande, caracterizado pelo pela exaustão emocional. O estresse é causado pelo excesso de compromissos profissionais; pelas contas a pagar no fim do mês, quando o salário já se foi; pelo desrespeito de alunos, pais e diretores; pela dificuldade cada vez maior de controlar as turmas; pela falta de cuidados com a voz, o mais importante instrumento de trabalho do professor; pela violência que invadiu a escola e a sala de aula; pela ameaça permanente do desemprego; pelos casos de assédio moral. E os patrões ainda querem reduzir o descanso do professor, aumentando dias letivos e carga horária, ao mesmo tempo em que reduzem salários, tentam impor o famigerado e ilegal banco de horas e retiram direitos históricos conquistados pelos trabalhadores! A que grau de calamidade querem, afinal, levar a Educação neste país?

A Constituição brasileira trata a saúde como um direito fundamental. É obrigação dos patrões garantir um ambiente de trabalho sadio e íntegro. Professor, recuse-se a fazer qualquer coisa que queiram lhe impor.

O SINPRO DE NOVA FRIBURGO E REGIÃO ESTÁ ACIONANDO O MINISTÉRIO DO TRABALHO E O MINISTÉRIO PÚBLICO PARA GARANTIR A PRESERVAÇÃO DA DATA MÁXIMA DOS PROFESSORES. PATRÕES, TIREM AS MÃOS DO DIA 15 DE OUTUBRO, DIA DO PROFESSOR!


PRESERVAR DIREITOS É CUIDAR DA SAÚDE!

NENHUM DIREITO A MENOS! AVANÇAR NAS CONQUISTAS!

Vitòria da Esquerda no DCE Mário Prata da FSD

29 de Setembro foi um dia especial para o movimento estudantil de Nova Friburgo, pois a democracia voltou ao DCE Mário Prata, da Faculdade Santa Dorotéia. Após uma gestão inepta da chapa DUFF, eleita ao final do ano passado, o mesmo diretório corria o risco de mais uma vez ficar inativo, caso a chapa (Re) Integrar fosse a vencedora do pleito eleitoral realizado.

A citada chapa apresentou-se com discurso claro de atrelamento à direção da Instituição de Ensino Superior privado e na contramão dos reais interesses do alunado, praticando uma espécie de “peleguismo estudantil”, por defender as atuais diretorias da UNE e da UEE, totalmente subordinadas ao PC do B e ao PT, partidos “chapa branca”, encaminhadores da política governista e burguesa no seio do movimento estudantil brasileiro atual. No debate entre as chapas, realizado na véspera do pleito, a Chapa (RE) Integrar foi ainda questionada sobre o suposto financiamento de seu material de campanha (camisetas, folders em papel couché, cartazes) por um setor do corpo docente, o que seria inadmissível para qualquer chapa que tenha o mínimo respeito pelos alunos e assuma o compromisso de representar, de forma independente da Instituição, os interesses estudantis. Seus representantes não conseguiram se defender direito da denúncia.

Com uma proposta séria e viável, visando realmente defender os interesses estudantis, combatendo a política que, nos últimos anos, é responsável pela sistemática destruição de conquistas democráticas, no mundo do trabalho e no campo da Educação, visando o seu total sucateamento e desmobilizando o MOVIMENTO ESTUDANTIL, a Chapa CONSTRUÇÃO, apoiada por partidos políticos e movimentos de esquerda (PSTU, PCB, PSOL, PSB, UJC), conquistou corações e mentes da maioria do alunado da FSD, que acredita na RECONSTRUÇÃO do próprio DCE-MP e do ME. A Chapa CONTRUÇÃO foi democraticamente eleita para gestão com 127 votos contra 104 da chapa adversária.

PARABÉNS!!!

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!!!

Sérgio Cabral e Heródoto são vaiados em Nova Friburgo

SEPE À FRENTE DA LUTA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO!

No dia 05/09 (sábado), o Governador Sérgio Cabral veio a Friburgo fazer propaganda de seu governo, anunciando a entrega de novas viaturas à PM. Durante seus discursos no palanque montado em frente à Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, o prefeito Heródoto Bento de Mello e o governador Sérgio Cabral receberam vaias e um apitaço de servidores públicos, na maioria professores do Estado, inconformados com o projeto encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado, com o propósito de retirar direitos dos trabalhadores, ao tentar reduzir de 12% para 7,5% o índice de reajuste entre os níveis do Plano de Carreira, duramente conquistado ao longo de trinta anos de lutas. O projeto ainda previa a incorporação do Nova Escola em inúmeras prestações “Casas Bahia”, o que já está sendo denominado de “Nova Esmola”.

Veja as fotos publicadas no portal Friweb (clique para ampliar):


Sidney Moura: 'O governador não tem nenhum tipo de compromisso com a educação' (Foto: Paola Coimbra, do portal Friweb)




A batalha dos professores continuou no dia 08/09, no Rio, quando uma passeata composta por milhares de profissionais da Educação e estudantes percorreu, de forma pacífica, da Candelária até as escadarias da ALERJ, onde os manifestantes foram recebidos, pela tropa de choque de Sérgio Cabral, com bombas de “efeito moral”. O estrago promovido pela polícia do Estado, ferindo inúmeras pessoas, já está sendo amplamente divulgado pela mídia. Mas a imprensa não divulgou a vitoriosa passeata, e ainda deu a entender que houve “confronto” entre policiais e manifestantes, quando, de fato, houve tentativa de massacre! Os professores, com sua luta organizada, conseguiram impedir que houvesse a redução salarial no Plano de Carreira, mas a luta continua contra a incorporação a conta-gotas e em favor da extensão do Plano de Carreira aos profissionais de 40 horas semanais.


Veja fotos da passeata no Rio (clique para ampliar):






América Latina diante da crise

No dia 27/08, à noite, em sala na Faculdade Santa Doroteia, Ivan Pinheiro, vice-presidente nacional da Casa da América Latina e Secretário Geral PCB, proferiu palestra a respeito da conjuntura econômica e política vivida hoje pelos países e povos do nosso continente, em que convivem lado a lado o avanço das lutas populares em prol da soberania e da democracia e os ataques do imperialismo, que ameaça a paz através da instalação de bases militares dos EUA na Colômbia e por meio de golpes como a recente derrubada, pelas elites locais, com apoio da CIA, do governo legitimamente eleito pelo povo hondurenho. Ivan falou sobre a experiência de ter participado, como integrante de uma delegação brasileira, dos protestos populares em Honduras, nos dias 11 e 12 de agosto. A atividade foi promovida pelo Núcleo da Casa da América Latina em Nova Friburgo, com apoio da UJC e da Unidade Classista, organizações ligadas à Base Francisco Bravo, do PCB-NF.