Todo apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Filó

Operárias e operários da Fábrica Filó (Triumph) de Nova Friburgo cruzaram os braços desde sexta-feira contra a superexploração imposta pela empresa, que já foi uma das grandes representantes das indústrias do vestuário da cidade e hoje, ligada à multinacional Triumph International, paga míseros salários e obriga suas funcionárias e funcionários a cumprir extenuantes jornadas de trabalho, sem a devida remuneração.




Cansados da exploração, trabalhadores da fábrica - na sua grande maioria, mulheres, sob a liderança firme de seu Sindicato, presidido pela companheira Luzia Falcão, decidiram pela greve na última sexta-feira, dia 28 de maio, e continuam parados até hoje, terça, 1º de junho. A greve é a maneira pela qual operárias e operários externam sua indignação pelos indignos salários (a maioria ganha R$ 485,00 brutos, menos que o salário mínimo!!!) e pela recusa da empresa em conceder qualquer reajuste salarial. Os representantes da multinacional no Brasil tiveram a desfaçatez de propor reajuste zero de salário e 2% de participação nos lucros!

A fábrica hoje possui cerca de 700 (setecentos) trabalhadores, os quais aderiram em peso à greve, deixando a indústria sem condições de produzir. Os patrões forçam a barra, telefonando para a casa dos grevistas e exigindo sua volta ao trabalho, mas a peãozada resiste. Os poucos fura-greves e trabalhadores contratados de forma emergencial para substituir os grevistas praticamente nada têm o que fazer dentro da fábrica, a não ser empacotar produtos para a venda, pois as máquinas estão paradas. Um outro fenômeno vem ocorrendo e servindo de estímulo para a continuidade do movimento: muitos dos desempregados convocados a trabalhar na fábrica acabam não aceitando a contratação, quando se deparam com a proposta salarial indecente. Ao saírem da fábrica, são festejados pelos trabalhadores e trabalhadoras em greve.

Militantes do PCB de Nova Friburgo estão prestando solidariedade ativa ao movimento desde a decretação da greve e vêm participando dos piquetes, em conjunto com companheiros dos Sindicatos de Trabalhadores da cidade (Metalúrgicos, Têxteis, Professores, Hoteleiros), do PT e do PSOL. Militante do PT de Nova Friburgo denunciou que o vice-presidente do Diretório Municipal do PT, que fez parte da chapa de oposição à diretoria atual do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário e é trabalhador da fábrica, é um dos fura-greves e faz o jogo do patronato no interior da empresa!!

Até o momento, percebe-se a firme decisão das operárias e operários em seguir com a greve até que a Comissão de Trabalhadores, juntamente com o Sindicato, seja recebida pelos representantes da empresa e possa negociar um reajuste salarial minimamente digno. A luta continua e nossa solidariedade também!!