Hiran Roedel ataca a lógica do capital na educação

Na noite do último dia 26, quinta, o candidato do PCB a Deputado Federal Hiran Roedel participou de mesa redonda organizada pela Associação de Docentes da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, cujo tema era: “Rio de Janeiro, uma educação em crise”. Do debate participaram os deputados do PSOL Chico Alencar e Marcelo Freixo, além da Profª Bertha Reis do Valle, da FFSD e da UERJ, tendo como mediadora a presidente da Associação de Docentes Bluma Salomão.

Hiran, cuja intervenção foi muito elogiada por professores e alunos daquela instituição de ensino, atacou o processo vertiginoso de mercantilização da educação nos últimos vinte anos, como consequência das políticas neoliberais adotadas pelos governantes em todo o país. Tais práticas, segundo ele, propiciaram um enorme crescimento do setor privado, enquanto a escola pública foi sucateada. “No interesse do capital, a escola deve se voltar tão somente para a formação de indivíduos aptos a fazer parte do mercado de trabalho. É um ensino dedicado a preparar a mão de obra para o mercado e para reproduzir o sistema capitalista”, disse.

Hiran criticou a ideologia do “empreendedorismo”, falácia disseminada pelos neoliberais para inculcar na consciência dos trabalhadores a busca individual pelo sucesso, fazendo com que abram mão de lutar por seus direitos e contra seus patrões, os quais vêm descumprindo cada vez mais a legislação trabalhista brasileira. O candidato do PCB denunciou os casos de desrespeito às leis sociais nas escolas particulares, onde os profissionais do ensino submetem-se a condições aviltantes de trabalho, obrigados a cumprir extensa e desgastante jornada diária, em troca de baixos salários.

O quadro calamitoso da educação pública no Estado do Rio é reflexo, segundo Hiran, da política criminosa de esvaziamento e desvalorização das escolas da rede estadual, onde o salário dos professores que ingressam na carreira chega à miserável quantia de R$ 580,00 líquidos. O candidato comunista concluiu sua fala afirmando ser necessária uma grande mobilização que envolva o conjunto da sociedade civil organizada, para além dos professores, funcionários, alunos e pais das escolas, a fim de reverter o quadro caótico atual e fazer da educação espaço real para a formação de cidadãos críticos e agentes transformadores da história, não meros reprodutores da ordem capitalista.