Empresa "Brasileira" de Correios e Telégrafos

"Os Correios pedem desculpas à população brasileira pelos transtornos e informam que estão colocando em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à sociedade." Com esta comunicação, a direção da Empresa de Correios e Telégrafos busca jogar a população contra os trabalhadores em greve.


A greve nacional dos correios, iniciada na noite de terça feira dia 13 de setembro, assume um caráter político de extrema importância, ao denunciar os abusos e ataques continuos que a maior estatal brasileira em número de trabalhadores, vêm sofrendo do capital estrangeiro. A política de privatizações do PT e os mensalões transformaram o perfil dos correios, que adquiriram uma postura empresarial mais aguda, cortando gastos, maximizando lucros e explorando cada vez mais seus funcionários.

A luta dos funcionários dos correios, principalmente carteiros e operadores de triagem, ao assumir um caráter nacional, mostra como é importante toda a sociedade tomar consciência de nossa realidade. Quando nossas cartas e encomendas atrasarem em virtude da greve, serão esses trabalhadores acusados pelos meios de comunicações burgueses pelos eventuais transtornos à sociedade, como sempre caracteriza a estratégia do capital de manipulação da população contra aqueles que lutam por seus direitos. São esses trabalhadores que proporcionam lucros exorbitantes para a empresa e, em troca, observam seus benefícios, conquistados através de grandes lutas, sendo sucateados e que, além de tudo, são os principais atrativos oferecidos a eles pelos Correios, já que o salário base de um carteiro é de R$ 807,29.

A luta não é apenas por melhores salários, mas sim para denunciar a constante privatização que os correios vêm sofrendo e defender um patrimônio nacional que está sendo entregue aos especuladores do capital, e assim merece todo apoio da população. Trata-se de um exemplo para a organização da classe trabalhadora e de luta contra as políticas governamentais que agem em favor do capital e em oposição aos trabalhadores, pois como disse o líder revolucionário Lênin: "O proletariado tem como única arma, na sua luta pelo poder, a organização." Nesse momento histórico em que a oposição capital x trabalho assume um nível sem precedentes, constantamos que o discurso progressista a respeito do futuro de nosso país como grande potência não pode ser tomado como certo, pois o crescimento econômico atual tem como principais beneficiados os grandes banqueiros e monopólios, demonstrando que o capitalismo não é o sistema que irá emancipar a humanidade, muito pelo contrário, este sistema levará a humanidade para o caminho da barbárie.

Portanto, somente a ruptura revolucionária com o capitalismo nos levará à possibilidade de trilhar o caminho para uma sociedade mais justa e uma consciência humana livre.

Filipe Cavalcanti -UJC , DCE - Mario Prata-FFSD, funcionário Agência de Correios Franqueada Albertino Gama