Violência Capital

Christian Araujo*

Rio de Janeiro, 3 horas da manhã. Uma senhora está num ponto de ônibus, esperando sua condução após uma noite de trabalho digno, para retornar ao conforto do seu lar, quando um carro pára abruptamente à sua frente e dele saltam alguns jovens dispostos a se divertir com sangue alheio...

Esta parece ser uma realidade cada vez mais constante nas noites do Rio de Janeiro e de outras capitais: senhoras e senhores trabalhadores agredidos e vilipendiados, por jovens de uma classe média (classe?) que usufruem diretamente da exploração da mão de obra; classe oprimida que movimenta as engrenagens já gastas de um capitalismo selvagem, que em nenhum momento, se importam com dois direitos básicos do ser humano: DIGNIDADE e EDUCAÇÃO.

DIGNIDADE que um cidadão encontra para exercer a sua profissão (ainda que seja a prostituição, profissão mais antiga do mundo!) seja ela qual for, ele o faz de forma apenas a sustentar o seu lar construído com muitas dificuldades; Seu suor, seu sangue, seu sonho, e de repente, num ato de selvageria dos “filhos do capital” tudo isto desmorona. Por quê? A resposta é fácil: EDUCAÇÃO (ou falta dela!).

EDUCAÇÃO esta, que falta à maioria dos jovens brasileiros que aprendem desde muito cedo a política da “sobrevivência do mais apto” dentro dos próprios lares (o que diria Darwin sobre isso?), a inversão de valores justificados pelo paternalismo econômico, que faz nascer um grupo de marginais com “poder capital” (dinheiro/corrupção), justificando seus atos sanguinários frente a sociedade corrupta e decadente.

Impunemente estes fatos passam à frente da Justiça de Pôncio Pilatos que a cada dia condena na sua omissão o inocente trabalhador oprimido deste país.

Lutemos, pois, Camaradas!

* Christian Araujo é estudante de História.
christian-araujo@bol.com.br